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K. Gottwald |
Camaradas: como o camarada Gottwald mostrou ontem, a edificação do socialismo em nosso país efetua-se incontestavelmente com êxito. Os operários, os camponeses e os demais trabalhadores realizam com devotamento e convicção o plano quinquenal de edificação econômica, que é um passo importante para a organização na república de uma sociedade nova e melhor. A prova disso está na elevação sistemática do nível de vida das grandes massas populares e na clara e alegre perspectiva de um futuro feliz. Apoiados na poderosa União Soviética, nas democracias populares e na solidariedade internacional da classe operária do mundo inteiro, os tchecos e eslovacos constituem um elemento são e seguro do campo do progresso, da democracia e da paz, do campo da força invencível e do amanhã triunfante.
A história nos ensina, contudo, que o capitalismo não deixará voluntariamente o palco mundial. Hoje ainda, ele reagrupa suas forças combalidas no campo do imperialismo anglo-americano, e se lança ao ataque insolente e descaradamente a fim de salvar a classe dos exploradores, a fim de restaurar a dominação mundial dos trustes, a fim de fazer a roda da história girar para trás.
De que métodos lançam mão os imperialistas que se preparam para destruir o socialismo, para dominar a humanidade e reduzi-la à escravidão?
Procuram quebrar a unidade da classe operária, destruir o poder dos trabalhadores nas democracias populares. Para realizar seus fins escravizadores, preparam-se para a guerra contra a URSS, berço do socialismo.
Vivemos na época histórica da passagem do capitalismo ao socialismo. A luta sem quartel entre os dois sistemas, entre os dois campos desenrola-se aos nossos olhos. Enquanto não terminar esta época, restará necessariamente aos exploradores, como dizia Lênin, a esperança de restaurar o capitalismo e essa esperança se transforma em tentativas para restaurá-lo.
Os trabalhadores da URSS e das democracias populares libertaram-se definitivamente da servidão e da escravidão capitalista. É essa a razão pela qual o ódio selvagem e a agressividade desenfreada dos imperialistas anglo-americanos se volta contra estes países e contra seus governos. Não há calúnias, grosserias, formas de ataque por mais baixas e criminosas que sejam, que os capitalistas deixem de usar contra o campo da liberdade, da democracia e da paz. Toda a política do bloco imperialista serve para preparar uma nova guerra que visa deter o declínio das forças do capitalismo e restabelecer seu domínio no mundo. Os provocadores de guerra capitalistas esquecem que a situação atual é fundamentalmente distinta da situação de antes da primeira e da segunda guerra mundiais e que o campo dos povos pacíficos dirigidos pela União Soviética e que conta com os países democráticos da Europa e da Ásia, é cada dia mais poderoso. Os povos não desejam a guerra, mas a odeiam. Formam cada vez mais firmemente ao lado da União Socialista Soviética., defensora e garantia da paz e estão dispostos a reduzir a nada os planos de conquista imperialistas.
A resolução do Bureau de Informação dos Partidos Comunistas e Operários, adotada na reunião de novembro do ano passado, aponta justamente a política furiosa tendente a dividir o movimento operário, como o meio principal utilizado pelos imperialistas para desencadear uma nova guerra, sufocar as forças da democracia e do socialismo. Eis por que os comunistas devem mostrar com firmeza que a unidade da classe operária é a arma mais poderosa contra o perigo crescente de uma nova guerra mundial. Essa unidade reduzirá igualmente a nada os esforços contínuos da reação imperialista para rebaixar o nível de vida dos trabalhadores. Isso nos traz a tarefa de reforçar ainda mais do que até agora, a unidade já obtida da elasse operária e as organizações unitárias formadas pelos sindicatos, as cooperativas, as mulheres, os jovens, etc.
SEGUNDO a Resolução do Bureau de Informação uma das tarefas mais importantes dos Partidos Comunistas é o trabalho para aumentar por todos os modos possíveis a vigilância revolucionária nas próprias fileiras, para desmascarar e eliminar os elementos nacionalistas burgueses e os agentes do imperialismo, não importa sob que bandeira se escondam.
É o glorioso Partido Comunista da URSS que possui a maior experiência de luta contra os imperialistas e seus agentes. Desde que existe, a URSS tem sido objeto dos mais brutais e criminosos ataques capitalistas. Quando a intervenção fracassou e os intervencionistas foram expulsos do território soviético, os imperialistas procuraram penetrar nas fileiras do Partido Bolchevique. Conseguiram o apoio dos trotsquistas para seus planos de agressão, e estes executaram as ordens dos incendiários e dos fazedores de guerra imperialistas. O bando trotsquista preparou subterraneamente a derrota da URSS na guerra que viria. Por meio de destruições, sabotagens, por meio do terror e de crimes, esse bando procurou enfraquecer a URSS para restaurar o capitalismo no país, depois da vitória dos imperialistas. Mas, graças à vigilância revolucionária do Partido Bolchevique e do camarada Stálin, a quinta-coluna foi desmascarada e destruída.
Instruído pela experiência amarga dos anos de 1936 a 1938, o povo soviético aumentou sua vigilância revolucionária e agrupou-se solidamente em torno do Partido Comunista e de seu Comitê Central.
O povo soviético em peso, com a vigilância de seu cérebro e de seu olhar, constituiu uma barreira que o inimigo de classe não pôde romper, nem durante a guerra patriótica, nem depois.
O fato de que a URSS triunfou contra o fascismo, de que a organização das democracias populares no centro e no sudeste da Europa reduziu o campo de exploração capitalista e de que a edificação do regime democrático e popular tornou-se um exemplo para os trabalhadores dos países capitalistas, esse fato provocou o renascimento, o crescimento do ódio furioso às democracias populares, o reforçamento dos esforços para nelas provocar uma mudança reacionária.
Para isso utilizaram seu velho agente Tito e, por seu intermédio, montaram uma grande conspiração internacional contra as democracias populares e a paz. Os processos de Budapeste e Sofia mostraram a verdadeira face da camarilha de Tito. E, graças à vigilância dos povos d«esses dois países, desmascararam os auxiliares de Tito antes que pudessem cumprir as ordens destruidoras de seus senhores imperialistas.
O desenvolvimento dos dois processos desmascarou à plena luz do dia, Tito e seu bando, Rajk e Kostov e seus cúmplices. Eles se diziam socialistas. Apresentavam-se como marxistas para melhor enganar o povo, afim de melhor camuflar os planos dos imperialistas contra a URSS e as democracias populares.
As experiências da história do Partido Comunista (Bolchevique) da URSS, a resolução do Bureau de Informação e os processos de Budapeste e Sofia são uma boa escola política para nosso partido e para a massa.
Conhecemos os planos criminosos dos imperialistas, e depende d« nós que todas as tentativas do adversário para realizar esses_ planos terminem em derrota e esmagamento. Terá o Partido força suficiente, suficientes membros educados e disciplinados para reduzir a nada o plano criminoso dos imperialistas? Sim, ele os tem. É um poderoso Partido de massa. Seus membros foram provados em momentos difíceis e decisivos. Na sua esmagadora maioria são devotados ao Partido, resolutos, conscientes.
Mas devemos demonstrar uma vigilância constante. Um pequeno número de malfeitores pode provocar danos enormes. Reflitamos, por exemplo, no trabalho que dá a construção de um alto-forno, e compreenderemos que esta obra pode ser destruída em alguns minutos por 4, 5 pessoas, mesmo por uma só.
Na sessão do Comitê Central do Partido Comunista da Tchecoslováquia, em novembro de 1948, o camarada Gottwald declarou:
"A história nos ensina que onde o adversário reacionário é vencido na luta política aberta, ele se refugia na ilegalidade, passa à ilegalidade, ao terrorismo e à sabotagem, a todas essas armas de uma reação desmascarada, isolada e batida".
Durante o IX Congresso do Partido, o camarada Slansky chamou a atenção para o fato de que, em nossas fileiras igualmente devemos desmascarar os elementos estranhos e inimigos que querem esconder-se, graças à carteira do Partido, a fim de melhor desenvolver sua atividade inimiga. Eis por que a carteira do Partido não pode ser o único certificado de lealdade e de devotamento para com o regime democrático-popular. É preciso mobilizar o Partido para a vigilância contra o inimigo de classe e sua atividade crescente, a fim de poder sufocar no nascedouro sua atividade destruidora.
É incontestável que os imperialistas ocidentais ainda possuem entre nós campos de ação para a sabotagem, as conspirações, a espionagem e a organização do terror. Aliás, antes de fevereiro, os imperialistas anglo-americanos não tinham necessidade de um aparelho de espionagem particularmente forte. O trabalho era feito pelos chefes reacionários dos partidos nacional-socialista, social-democrático, populista e democrático eslovaco que faziam parte do governo e também por intermédio de seus lacaios no aparelho administrativo da economia e da indústria. Eram agentes remunerados dos imperialistas ocidentais. Nesta época, eram principalmente os chefes internos da reação e seus auxiliares que freavam o desenvolvimento de nossa economia.
Depois da derrota da reação em fevereiro, a situação modificou-se para os imperialistas ocidentais. Desvaneceram-se as esperanças que eles depositavam em seus representantes no governo. Seus principais agentes estavam fora do governo. Suas predições sobre a precariedade do governo de Frente Nacional renovado, sobre seu próximo fim, sobre a ruína econômica, mostraram-se falsos diante de nosso florescimento econômico e cultural.
O povo respondeu com seu entusiasmo criador à tentativa de atemorizarão com a ameaça da guerra e da bomba atômica. À campanha de calúnias contra nosso regime democrático e popular, reagiu aumentando sua confiança no Partido Comunista. Às mentiras contra a URSS responde com maior dedicação para com o grande país do socialismo. Os imperialistas não contam mais entre nós com bases de massa, nem com possibilidades legais para a realização de seus planos. Essa situação lamentável para eles, leva os fazedores de guerra à maior cólera e furor, a tentativas ainda mais desesperadas de transformar nossas condições de vida.
É verdade que os imperialistas ocidentais e suas agências de espionagem ainda encontram atualmente, entre nós, auxiliares para seus planos criminosos. Mesmo entre nós, os fazedores de guerra imperialistas tentam realizar sua obra criminosa contra nosso povo, como constatou o camarada Gottwald. A prova disso foi dada ultimamente por algumas tentativas desesperadas e antecipadamente condenadas ao fracasso, de organizar conspirações e o terror. O fato de que alguns dos que foram presos possuíam a carteira do Partido mostra que, mesmo no Partido, escondem-se traidores. As carteiras do Partido são o meio utilizado pelo inimigo de classe para nos atingir mais facilmente, tanto no lugar mais sensível como nas partes que lhes são mais dificilmente accessíveis sem essas carteiras. Alguns grupos que realizavam atividades inimigas contra nosso regime democrático e popular e alguns agentes ligados ao bando de Tito, foram descobertos e tornados incapazes de causar dano.
Muitos deles — como eles próprios confessam — receberam, depois de fevereiro, ordem de ingressar no Partido e de obter cargos no Partido, nos sindicatos ou no aparelho do Estado, da economia e da indústria. Eles não podem se apresentar diante das massas com uma política que pregue o retorno das condições anteriores. A esperança de um transtorno vindo do interior reduziu-se, segundo suas próprias palavras, a zero. Por isso, trabalham para obter segredos de fabricação ou segredos de Estado, segundo as diretivas das agências estrangeiras. De acordo com essas mesmas diretivas, eles tentam entregar-se à sabotagem ou ao terror, a fim de servir aos fazedores de guerra imperialistas e de lançar a nação numa nova catástrofe. Desmascaramos muitos desses sabotadores e espiões. Mas falta muito para que sejam todos desmascarados.
Os dirigentes reacionários dos antigos partidos nacional-socialista, social-democrata, e populista procuram organizar, depois de fevereiro, uma rede subterrânea extensa, dividida, sem dúvida, entre os diferentes partidos, mas procurando cada vez mais a centralização dos postos dirigentes e a coordenação da atividade com o objetivo de destruir o regime democrático e popular e de restaurar o capitalismo. Esta rede subterrânea ilegal, desmascarada e impossibilitada de causar dano, colaborava com os traidores da emigração e, no essencial de sua atividade, estava às ordens das agências imperialistas de espionagem. Ela utilizava igualmente as possibilidades legais nos partidos não comunistas, nas organizações de massa, nas administrações. Esse mundo subterrâneo apostava tudo na guerra. Um desses grupos era francamente terrorista.
Mesmo entre nós, os agentes da camarilha de Tito procuram trabalhar para seus patrões imperialistas. Eles tinham conquistado para lhes servir de instrumento, entre outros, Bohdan Benda, ex-secretário para os assuntos militares do secretariado do Comitê Federal de Praga. Bende encontrou-se incessante e crescentemente em conflito com a política militar do Comitê Central do Partido. O motivo desse conflito foi rapidamente descoberto. Ele servia aos agentes do bando de Tito não somente através de um trabalho destruidor no seio do Partido, mas também através de uma atividade sistemática de espionagem. Recentemente, descobrimos alguns grupos de indivíduos que eram agentes dos traidores de Tito e que, do mesmo modo que Rajk, recebiam dos enviados de Rankovitch a tarefa de propaganda da Iugoslávia titista, pela instauração da ordem iugoslava em nosso país e deviam procurar submeter nosso país aos agentes iugoslavos a serviço dos imperialistas anglo-americanos.
Em nosso comércio exterior foi descoberto um grupo de dirigentes responsáveis que tendiam; a orientar o comércio exterior tchecoslovaco para o ocidente, em detrimento do comércio com a URSS e as democracias populares. Esse grupo procurava assim prolongar a dependência da Tchecoslováquia para com o Ocidente e pôr em perigo a marcha de nossa republica para o socialismo. Era também sua tarefa realizar uma nociva política financeira e de quadros nesse setor.
Por decisão da Presidência do Comitê Central do Partido Comunista Tchecoslovaco, o redator chefe de "Rudé Právo" Vilém Novy, foi demitido de suas funções e, simultaneamente, destituído de seu mandato de deputado à Assembléia Nacional.
Em 1939, Novy fora encarregado pelo Partido de dirigir a emigração tchecoslovaca na Polônia. No momento da agressão a Polônia petos fascistas alemães, Novy abandonou por conta própria a emigração tchecoslovaca que, em difíceis condições, rumava para as fronteiras soviéticas, ao encontro do Exército Soviético, e emigrou para a Inglaterra com o auxílio do um cidadão de um Estado ocidental. Na ocasião de sua emigração, a direção do Partido chamou sua atenção para o fato de que esse estrangeiro era suspeito de espionagem, mas ele continuou a manter relações com o mesmo. De volta da emigração, Novy enganou o Partido, pretendendo que esse homem prestava serviços à emigração tchecoslovaca. Novy não deu conhecimento ao Partido que esse agente de um serviço de espionagem estrangeiro viera duas vezes à Tchecoslováquia. Ao contrário, pôs esse homem em contacto com diligentes responsáveis de nossa vida política e econômica, a fim de que pudesse obter assim as informações de que necessitava. Igualmente, procurou obter para ele diversas vantagens a fim de lhe facilitar sua atividade de espionagem e a visita a nossas usinas importantes.
Novy trabalhava como agente dos imperialistas ocidentais, revelando-lhes segredos de Estado, fornecendo-lhas informações. Segundo suas próprias confissões, ele o fazia para que os serviços de espionagem estrangeiros não o comprometessem diante do Partido por sua atitude covarde na emigração na Polônia e por suas relações com a burguesia e os Estados ocidentais, mais estreitas do que com a classe operária e a URSS.
Somos muitas vezes testemunhas, camaradas, de esforços fervorosos e muitas vezes estranhos que fazem certas pessoas para conhecer coisas importantes que nada absolutamente têm a ver com seu trabalho e que elas não devem conhecer. Frequentemente esses esforços têm um certo sentido e perseguem um certo objetivo.
Milan Reinam, chefe do gabinete da presidência do Governo, pedira em nome do Presidente do Conselho e sem o conhecimento deste, documentos e planos importantes que constituíam segredos de Estado, quando essas coisas não eram de sua alçada como chefe de gabinete. Chamado a explicar seus atos, pois que a coisa devia ser esclarecida, recorreu ao suicídio.
Na organização das conspirações, da espionagem e da sabotagem, as centrais de espionagem dos imperialistas ocidentais, aumentando o ritmo de seu trabalho criminoso — procuram utilizar aqueles que já foram ganhos na emigração para servirem como agentes no após-guerra, procuram os oficiais que permanecem hostis a nosso regime atual, os antigos colaboradores da Gestapo, os restos das classes exploradoras que, por razões materiais, sonham com uma terceira guerra, procuram os aventureiros, os arrivistas insatisfeitos e, finalmente, os que, por diversos motivos, são hostis ao Partido. Com a ajuda dessa gente, que às vezes se faz entrar no Partido e que se abriga atrás de sua carteira, as agências de espionagem procuram organizar, na indústria, no aparelho de Estado, na agricultura e no exército, indivíduos ou grupos que devem causar os maiores danos possíveis à nossa economia, à nossa edificação do socialismo. Além disso, essas agências têm seus próprios organismos, às vezes sob a forma de diversas organizações legais que por motivos pretensamente científicos, culturais, de solidariedade, de higiene ou de beneficência fazem sobretudo espionagem.
Espiões bem formados e provados são-nos enviados do exterior sob a capa também de certas missões diplomáticas. São eles, essencialmente, que organizam e dirigem a atividade de espionagem, de sabotagem e de terrorismo.
A verdade que os processos da Hungria e da Bulgária, mas sobretudo a resolução do Bureau de Informações de novembro de 1948, e a popularização dessa resolução na massa de nossos aderentes e nas fileiras dos trabalhadores em geral trouxeram um reforçamento da vigilância dos quadros e dos membros de nosso Partido. Temos disso bons exemplos. Reconhecemos entretanto que nossa vigilância ainda não está em um nível suficiente. Do contrário seria impossível que em certas administrações, organizações econômicas ou mesmo nos secretariados do Partido, diretivas e documentos confidenciais continuem a rolar sobre a mesa ou em gavetas abertas depois da saída dos funcionários responsáveis. E, se houvesse a vigilância necessária, não seria possível que, em certas organizações da base, não sejam recolhidas as carteiras dos membros excluídos que podem em seguida reingressar na organização, em outros lugares, sem dificuldades.
Penso que seria bom citar, para que sirvam de ensinamentos, alguns exemplos de vigilância absolutamente insuficiente, de confiança muitas vezes ingênua e de leviandade de certos responsáveis.
O representante de uma firma estrangeira ocupava-se, entre outras coisas, de espionagem econômica. Esse homem visitava as usinas de seu ramo de produção em todo o nosso território. Na maioria dos casos, transpunha a porta das usinas não apenas sem ser controlado, mas os diretores dessas usinas, camaradas nossos, lhe comunicavam em palestras amigáveis dados precisos sobre a produção, as reservas de matérias primas, o número de máquinas, o consumo de matérias primas, os métodos de trabalho, a capacidade da empresa, etc... Bastava que se apresentasse como amigo do nosso país, partidário das nacionalizações e, na maioria dos casos, era imediatamente convidado a visitar toda a usina. Houve mesmo um diretor que lhe mostrou cifras minuciosas sobre a produção da usina. Foi assim que pôde reunir dados exatos sobre a capacidade de produção total das fábricas desse ramo e que a firma estrangeira utilizou em seguida quando da entrega de matérias primas.
O secretário de organização da 5.ª organização do Partido na Faculdade de Filosofia da Universidade Charles, que aí trabalhou durante algum tempo, em 1948, deu a um da seus amigos uma das treze carteiras do Partido que tinha em seu poder. Esse amigo, antigo membro do Partido Nacional-Socialista e inimigo de nosso regime democrático e popular, precisava de uma carteira do Partido para lhe facilitar sua fuga ao estrangeiro. O secretário de organização trocou o retrato da carteira pela de seu amigo e apresentou-se à secretária da seção da Faculdade para que ela o carimbasse. Essa camarada pôs o carimbo sem suspeição e sem maior exame, e ele a entregou a seu amigo. Essa carteira, foi recentemente encontrada em As, num hotel. Das doze carteiras que lhe restaram o secretário deu ainda uma ao irmão de seu amigo, com medo de ser denunciado.
Um funcionário da direção geral das empresas tchecoslovacas da indústria leve falsificara uma carteira do Partido para uma empregada de Kovona. Esta procurava um meio de passar ilegalmente a fronteira. Deu 40.000 coroas ao funcionário a fim de poder penetrar na zona da fronteira. Ele tomou da carteira que lhe fora oferecida por um membro do Partido de Doubi, perto de Karlovy Vary e falsificou-a, apondo-lhe o nome da empregada de Kovona. Depois, timbrou-a com o carimbo da célula de empresa que encontrou à mostra na mesa de trabalho do presidente da organização de empresa. Graças a essa carteira, a mulher penetrou na região da fronteira. Foi presa no momento em que ia atravessá-la, e o inquérito revelou como ela a tinha conseguido. O funcionário em questão fora membro do Partido Populista até fevereiro. Em março de 1948 aderiu ao Partido Comunista. Não foi controlado nem pela organização de empresa, nem pela organização local. A organização local tinha proposto, antes, que seu nome fosse riscado. Ele só se tornou candidato pela leviandade de dois responsáveis, sem conhecimento da célula. Sua carteira lhe foi entregue sem que ele trabalhasse na organização. Seu objetivo era ter essa carteira para mais facilmente trabalhar contra o Partido.
Um dos espiões descobertos reconheceu que conseguia boa parte das informações quando viajava de trem ou de bonde, graças a pessoas que encontrava por acaso. Muitos detalhes preciosos lhe foram revelados por pessoas que faziam alarde de suas funções ou senão que se vangloriavam de suas relações e amizades. Gratuitamente, sem má intenção, diziam-lhe coisas que lhe serviam em sua atividade de espionagem e que ele comunicava adiante. Avaidade ou uma confiança cega representam não apenas o centrário da vigilância, mas ajudam indiretamente a atividade dos agentes de espionagem.
De outras vezes, esses sórdidos indivíduos, membros ou não do Partido apelam para suas relações com camaradas dirigentes e isto basta para que os camaradas confiem neles, lhes façam conhecer as coisas mais importantes e lhes forneçam mesmo certas facilidades.
Não é raro que um funcionário de passado duvidoso, em conluio com personagens ainda mais duvidosas, encontre defensores para suas capacidades imensas e insubstituíveis; sem que se leve em conta seu passado e seu presente, é colocado num cargo em que tem possibilidade de conhecer coisas que o inimigo de classe procura ou pelas quais está disposto a pagar bem.
Às vezes mesmo, éenviado ao estrangeiro ou a consultas importantes, às quais só deve presenciar um funcionário absolutamente seguro.
Não faltam organismos departamentais ou de bairro do aparelho econômico ou do Partido, em que um posto muito importante é ocupado por um homem do qual não se controlou o passado frequentemente obscuro, o modo de vida e a atividade depois da revolução.
Não esqueçamos que tais malfeitores não apenas sabotam, obstruem, espionam, mas ao mesmo tempo obtém também, com frequência, êxitos no seu trabalho. Escondem assim sua atividade destruidora. Procuram criar para si uma reputação de bons e seguros trabalhadores, de especialistas, e esperam escapar por aí à vigilância dos que o cercam, para continuar sua atividade criminosa.
É claro que seria um erro criar uma atmosfera de desconfiança doentia, que perturbaria ou mesmo tornaria impossível nosso trabalho. Confiemos nos militantes e nos responsáveis controlados e provados, demos-lhes funções e trabalho.
Os ricos proprietários de terra procuram a todo custo prejudicar a política de nosso governo e a realização de nosso plano econômico. E frequentemente nossas organizações de aldeia não somente não vêem esse inimigo de classe, mas, ao contrário, o favorecem, em lugar de lutar contra ele e de arrancar de sua dependência os pequenos e médios camponeses.
Temos ainda muitos elementos hostis ao nosso regime, mais ou menos escondidos em cargos importantes da indústria, da distribuição, das sociedades exclusivas do Estado, das fazendas do Estado e do aparelho estatal.
Não são poucos os casos em que as tarefas não são cumpridas, em que as coisas não avançam em qualquer parte da produção ou do abastecimento e em que importantes danos econômicos se produzem. Muitas vezes nossos responsáveis se contentam em constatar as causas objetivas, sem procurar as verdadeiras razões e verificar se atrás das faltas e das insuficiências não está a mão do inimigo de classe, se não se trata de sabotagem. Quando de certos incêndios, nossos responsáveis mostraram como sua vigilância estava adormecida. Satisfizeram-se com a explicação de que o fogo se originara de uma centelha, de um curto circuito, espontaneamente, e não pesquisaram se estas razões não tinham sido preparadas de modo refinado pela mão criminosa de um espião. Não percamos de vista que se a direção de uma empresa qualquer nos escapou, essa direção foi retomada por mão inimiga. Isso resulta da experiência bolchevique.
O perdão a um membro que tenha cometido graves faltas contra o Partido, abusado de suas funções e prejudicado nossa economia, está em contradição absoluta com o fortalecimento da vigilância contra os inimigos de classe. A solução de um caso como [esse] não pode ser adiada, nem ajustada com indulgência. Deve-se zelar para que nenhum membro culposo para com o Partido possa ser protegido pela desculpa de que teria coberto a culpa de outro. O Partido, as direções de nossas organizações, não podem deixar que sejam perseguidos os que desmascararam ou despertaram a atenção sobre um mau elemento.
Em muitos lugares, e contra diretivas precisas do Partido, aderentes não operários, de depois de fevereiro, foram controlados e aceitos como membros do Partido — e a falta não foi reparada. Alguns deles foram, até fevereiro, membros ou responsáveis de partidos reacionários, ou mesmo adversários declarados do Partido. Tais fenômenos são manifestação de uma vigilância insuficiente e facilitam ao inimigo o acesso ao Partido e uma atividade malfazeja em seu seio.
Devemos nos recordar constantemente das palavras do camarada Gottwald de que a reação está batida mas não liquidada e de que sua oposição à instauração do socialismo cresceria sem cessar. Nossos responsáveis nem sempre levam suficientemente em conta o ensinamento de que a luta de classe — como o camarada Gottwald mostrou novamente em seu discurso de ontem — não se atenua, na marcha para o socialismo, mas se agrava, e deixam-se levar frequentemente por uma verdadeira leviandade política.
O Partido Comunista Tchecoslovaco é responsável por tudo em nosso país. Eis por que a maior responsabilidade repousa no Partido, na sua direção e em cada um de seus membros. Se queremos trabalhar e agir com esse espírito de responsabilidade, devemos ao mesmo tempo, ante o assalto sempre mais forte dos inimigos de classe, opor uma vigilância revolucionária maior, e, em primeiro lugar, a vigilância de nossos membros. Como o dizia o camarada Slansky, não basta proclamar a necessidade de aumentar a vigilância — isso é insuficiente. O crescimento da vigilância deve ser provado na prática, em nossa política quotidiana de quadros, no conhecimento dos quadros, no seu controle constante, na eliminação oportuna dos elementos com os quais não se pode contar, estranhos ou hostis ao Partido.
É precisamente na política de quadros que surgem graves insuficiências, confiada, às vezes, a indivíduos, quando deve ser tarefa das direções ou de um grupo das organizações do Partido. Nesse trabalho, devemos evitar toda manifestação do acaso, qualquer infração aos princípios bolcheviques, qualquer leviandade qualquer "política de família". Devemos conhecer os quadros e selecioná-los de acordo com um critério severo, tanto para as escolas como para os cargos de responsabilidade. Distribuir as tarefas de responsabilidade aos quadros, não pode ser obra de um camarada responsável, mas de todo oPartido. Onde não acontece assim, os inimigos de classe e agentes dos imperialistas ocidentais chegam a postos responsáveis.
Em alguns lugares, representantes da reação ainda intervêm diretamente na atividade da organização do Partido e a influenciam. Os ricos proprietários de terra, os antigos industriais, os ricos comerciantes e o alto clero governavam e viviam outrora às custas dos trabalhadores. Atualmente, fazem constantes esforços para influenciar a política das organizações de base, a atividade das organizações de massa, das instituições econômicas e da administração popular. Alguns de nossos responsáveis deixam-se levar, sofrem sua influência. As direções do Partido não vêem isso ou, vendo, não lutam contra essas tentativas. A esse respeito não basta que a direção faça autocrítica de sua cegueira ou de seu erro. A tarefa de cada membro é auxiliar o Partido quando ele elimina sem piedade os que fazem mau uso de suas responsabilidades causando os maiores danos ao Partido e à Republica. Um responsável desonesto, accessível à corrupção de nossos inimigos de classe, não pode ser nem desculpado, nem encoberto. Se ele não caiu ainda totalmente nos braços de nossos adversários, breve cairá. A vigilância consiste em zelar constantemente para que o emblema do Partido permaneça limpo em todas as condições e para que todo membro desonesto seja excluído.
A presidência, do Comitê Central do Partido Comunista Tchecoslovaco, na base do inquérito realizado pela Comissão do Controle do Partido afastou do posto o secretário do departamento de Olomuc, José Stavinoha, expulsou-o do Partido e entregou-o à justiça. Stavinoha criara em torno de si, no secretariado federal, uma atmosfera que permitia a aceitação de gorjetas e presentes, atmosfera que atentava gravemente contra o princípio de honestidade e desmoralizava os responsáveis. Ele abusava de suas funções para enriquecer pessoalmente, protegia contra qualquer sanção justa a adversários confessos daRepública, permitia aos antigos grandes comerciantes e industriais penetrar na distribuição, enriquecer novamente às custas de nossa economia nacional e roubar o Estado. Com seu assentimento, o secretário da comissão de indústria, das finanças e do comércio do Comitê Departamental, em troca de dinheiro e de presentes, estava a serviço de adversários do Partido e da Republica, procurava subornar os militantes era torno de si a fim de poder continuar tranquilamente sua atividade e abusava de suas funções no interesse dos malfeitores e dos inimigos do povo.
Stavinoha obrigava os camaradas a dar boas recomendações aos inimigos de classe que ele protegia, e sufocava qualquer crítica tendente a corrigir os erros. Stavinoha pedira o perdão de Hitler, trairá seus companheiros de cativeiro durante a ocupação e, antes de ser posto em liberdade, comprometera-se a colaborar com a Gestapo. Escondera tudo isso do Partido e tornara-se um excelente instrumento para os inimigos de classe. Ele traía o Partido ea República.
As más condições, o desacordo reinante em Olomuc entre os responsáveis do Partido edos sindicatos beneficiavam aos inimigos do Partido e da República e, em parte, permitiram que Stavinoha e seus cúmplices tenham podido cometer seus crimes durante tanto tempo. A isto junta-se o fato de que os responsáveis do Comitê federal não levaram em conta as diretivas do Comitê Central sobre vigilância e mais: certos funcionários deixaram-se atemorizar por Stavinoha.
Na sua luta contra a democracia e o socialismo, a reação capitalista utiliza uma velha e provada arma, o nacionalismo burguês. A fim de criar boas condições para seus planos imperialistas, a fim de facilitar sua política de classe, ela procura pelo nacionalismo minar a unidade dos trabalhadores e enfraquecer sua consciência da classe e sua solidariedade. A burguesia imperialista americana é hoje a representante do mais bárbaro nacionalismo burguês. Ela proclama a superioridade da raça anglo-saxã e do "modo de vida americano", oprime os americanos "de cor" e os que não têm "sangue puro", apóia o racismo e surge como herdeira fiel dos fascistas alemães. Desenvolve uma desenfreada propaganda naciona-lista, anti-soviética, e sopra mentiras para provocar o ódio à URSS e às democracias populares.
O nacionalismo burguês tenta enfraquecer ao máximo a amizade dos povos para com a URSS. Nós, ao contrário, procuramos fazer da atitude para com a URSS a base do internacionalismo proletário, aplicando os ensinamentos leninistas-stalinistas no domínio da questão nacional.
As influências do nacionalismo são particularmente nocivas na marcha da democracia, popular para o socialismo, pois ele faz com que se considerem os problemas políticos, econômicos, militares e de segurança de um ponto de vista estreitamente nacional e leva a superestimar as próprias forças na edificação do socialismo.
O Partido Comunista Tchecoslovaco deve lutar ainda mais sistematicamente contra o nacionalismo, como ideologia do inimigo de classe. Deve ser vigilante contra o perigo do nacionalismo e combater sistematicamente todas as tendências nacionalistas em nosso país.
Devemos combater os restos do nacionalismo tcheco e eslovaco que, no passado, a burguesia cultivou nas duas nações. Antes de fevereiro, a burguesia afirmava que a aliança com a União Soviética era incompatível com nossa soberania e independência. Por meio de calúnias, ela procurou reduzir a ajuda libertadora da URSS. Os restos desse nacionalismo devem ser batidos e completamente superados. O nacionalismo burguês é antipatriótico na sua essência, é uma arma dos imperialistas.
Em compensação, o internacionalismo proletário mostra a enorme força libertadora das classes trabalhadoras do mundo inteiro, unidade acima das fronteiras e dos continentes. A igualdade das raças dos povos, a solidariedade e à colaboração dos trabalhadores de todos os países, o auxilio mútuo na luta pela liberdade e sua conservação, o amor ao primeiro país socialista, a URSS, tal é o conteúdo do internacionalismo proletário, que é a realização da palavra de ordem de Marx, tal como foi levada à. prática pela URSS, os países de democracia popular, os Partidos Comunistas dos Estados capitalistas e, a seu lado, a 'maioria dos trabalhadores do mundo inteiro.
Camarada Gottwald declarou no IX.º Congresso do Partido:
"O inimigo de classe não dorme nunca, devemos contar com o fato de que ele procurará incessantemente infiltrar-se de novo em nosso Partido".
O marxismo-leninismo é um arsenal para a defesa e o ataque do Partido contra os planos subversivos ecriminosos dos imperialistas, uma fonte em que aurimos ensinamentos, em que aprendemos a desenvolver nossa vigilância contra o inimigo.
No 10.º ponto de seu informe ao IX.º Congresso do Partido, o camarada Gottwald mostrou claramente como era possível e necessário impedir a infiltração dos espiões no Partido e como era preciso anular sua atividade nociva. Disse que iríamos elevar constantemente o nível ideológico dos militantes, que os arrastaríamos a uma luta ativa pela política do Partido, por sua aplicação prática e que aplicaríamos em todas as suas consequências os princípios do centralismo democrático, da democracia interna do Partido,dacrítica e da autocrítica no Partido. É uma tarefa que estamos cumprindo e, assim fazendo, eliminamos rapidamente as insuficiências constatadas. Sabemos que quanto mais elevado é o nível político e ideológico dos militantes e dos responsáveis, mais frágeis são as possibilidades de ação dos inimigos de elasse, maiores são as possibilidades de desmascará-los e destruí-los, por melhor que eles se camuflem. Elevamos constante e sistematicamente o nível ideológico de nossos camarada. Dezenas de milhares de responsáveis e todos os membros do Partido aprendem as bases do marxismo-leninismo e a linha política do Partido, camaradas devem saber o que o Partido quer, por que o quer e em que princípio se baseia a construção do socialismo em nosso país. Eles aprendem a julgar corretamente as tarefas políticas e econômicas do Partido, aprendem que somente pela realização das tarefas políticas é que não somente se preparam como também se asseguram os êxitos econômicos. Por maiores que sejam esses êxitos eles não devem reter toda nossa atenção e nos levar ao contentamento, à leviandade política, à vaidade injustificada. Interessar-se exclusivamente pela economia ou pela administração, reduziria nossa clarividência política, faria de nós pessoas politicamente cegas, incapazes de impedir em todas as circunstâncias a penetração do adversário de classe em nossas fileiras. Contudo, por outro lado, é preciso que o responsável tenha um conhecimento perfeito do ramo em que está colocado, se não quer ser facilmente enganado pelos elementos nocivos.
É precisamente um elevado nível ideológico que protege os responsáveis e os militantes da miopia política, daincapacidade de compreender o sentido, o caminho e o objetivo da política do Partido e que lhes impede de perder a perspectiva revolucionária. Nossos camaradas atingirão um nível ideológico superior, dando uma grande e constante atenção a todas as questões de política interna e externa. Não basta ser um especialista. Na edificarão do socialismo isso é muito pouco. É preciso conhecer as concepções de nossos concidadãos, sua atitude para com o socialismo, ver as forças e a oposição do inimigo declasse e aprender a impedir sua sabotagem e suas manobras nocivas. Até o momento estamos na vizinhança imediata do inimigo capitalista. Sua ideologia a de classe penetra em nosso país e age sobre as camadas pequeno-burguesas. Depende de nós sabermos convencer estas camadas do perigo e da hipocrisia do nacionalismo burguês.
Não esqueçamos que certamente há muitos trabalhadores e poucos imperialistas no mundo, mas esses fazem todos os esforços para nos prejudicar e nos enfraquecer ao máximo. Para a sabotagem não se necessita de massas. É pois, tarefa dos comunistas elevar o nível ideológico não somente dos camaradas, mas também da massa dos trabalhadores, para que eles também compreendam o engodo e a insinceridade das frases e das palavras de ordem capitalistas e não se deixem ludibriar. Deve-se recordar que a cadeia capitalista tem duas pontas: uma está no estrangeiro e outra em nosso país, entre os restos da reação de toda espécie e de seus cúmplices.
É precisamente porque os capitalistas estrangeiros estão em ligação estreita, em contacto com a reação em nosso país, que devemos ser vigilantes, que devemos dar minuciosamente atenção aos atos dos espiões esabotadores. O Partido concita à vigilância. Para poder reconhecer com segurança o inimigo de classe e transformar em atos as palavras do camarada Gottwald de que: "não permitiremos a derrubada da República”, devemos mobilizar todos os camaradas para que estejam atentos aos espiões, aos sabotadores e aos terroristas enviados do ocidente ou infiltrados emnossas fileiras. Todos os membros do Partido devem aprender a ser prudentes, perspicazes e vigilantes a fim de poder reconhecer com segurança o inimigo de classe e impedir cada uma de suas tentativas contra o partido, a República e o nosso povo. Esse inimigo se encontra com frequência entre os restos da burguesia, os antigos banqueiros, industriais, e grandes proprietários territoriais, entre os antigos oficiais superiores ou altos funcionários, entre os altos dignitários da Igreja. Nos dias de hoje eles vestem com frequência a pele do cordeiro, mas amanhã se tomarão novamente lobos. Não superestimemos as forças e os métodos do adversário, mas não os subestimemos tão pouco. É um inimigo criminoso e cruel, não se pode discutir com ele, e éimpossível convencê-lo, É preciso torná-lo incapaz de causar danos, e é esse o sentido e objetivo de nossa vigilância. Uma das formas mais eficazes da vigilância, do desmascaramento do inimigo, é o controle da aplicação da política do Partido. Segundo a maneira pela qual cada um aplica a política do Partido, como ele a defende, como cumpre suas tarefas, reconhecemos com segurança a honestidade, capacidade e fidelidade dos responsáveis, desmascaramos melhor os inimigos, os sabotadores, os elementos estranhos ao Partido. A eficiência dessa forma é condicionada pelo fato de que fixemos com exatidão a esfera de atividade de cada responsável e que o façamos plenamente responsável pelo setor que lhe será confiado. De outro modo não é possível controlar as tarefas. É obrigação evidente dos responsáveis prestar contas de sua atividade ao Partido e ao povo.
Para elevar a vigilância, para controlar a aplicação da política e a realização das tarefas, é preciso educar não apenas os comunistas, mas também os sem partido, todos os membros da classe operária, todos os cidadãos fies à nossa República Democrática e Popular, pois eles também têm e devem ter interesse em que todos os planos e tentativas dos que procuram prejudicar nossa república, prejudicar o esforço de construção do nosso povo, a causa da paz e do progresso, sejam tornados vãos.
Aumentar a vigilância em todos os setores de nossa vida nacional pressupõe, antes de tudo, que o Partido seja depurado de todos os maus elementos. Reconhecemos que na aplicação da democracia interna do Partido, não fizemos mais do que entreabrir, até agora, a porta à crítica e à autocrítica. Abramo-la de par em par, à maneira bolchevique. O camarada Gottwald frisou particularmente a importância da crítica e da autocrítica para nosso Partido e para nossas tarefas na marcha para o socialismo. A crítica é o meio que concorrerá para a correção das faltas e das deficiências no trabalho do Partido. É graças a ela que realizaremos as grandes tarefas que nos aguardam na edificação do socialismo. Ela é uma defesa contra a má utilização da autoridade dos elementos responsáveis. Ela ajudará o controle da realização das resoluções, da aplicação correta da política do Partido.
Façamos da crítica e da autocrítica a escola política para todos os camaradas, façamos dela uma força que aumentará ainda mais a influência do Partido e melhorará seu trabalho. Não façamos crítica pela crítica, mas orientemo-la de modo que sirva à edificação do socialismo, que mostre não apenas as falhas, mas o modo de eliminá-las, de corrigi-las, que aumente o espírito de responsabilidade e a disciplina do Partido.
A crítica e a autocrítica bolcheviques não conhecem a indulgência para com os erros, não conhecem a fatuidade, lutam contra a vaidade, o orgulho, as fanfarronadas, que só fazem adormecer, em lugar de aumentar, a vigilância do inimigo de classe.
A crítica e a autocrítica são uma parte necessária da luta pela depuração do Partido e a justeza da linha política, cujo melhor guardião éo camarada Gottwald. O camarada Gottwald mostrou que a depuração do Partido é a melhor condição de seu reforçamento, que aumenta e fortalece a confiança que as massas têm nele.
Eis por que, camaradas, é absolutamente necessário que os membros do Partido não afrouxem sua vigilância, não deixem de manter os olhos abertos sobre o trabalho quotidiano e os atos dos que têm uma função responsável. Eis por que épreciso que todos os cidadãos honestos examinem e se convençam de quem é a culpa e o que se esconde atrás de uma desordem, uma negligência ou um dano que surge num setor qualquer da vida pública.
O perigo de que o adversário penetre entre nós, de que transtorne, sabote e traia é, atualmente, muito maior que nunca.
O Partido tornou-se um partido de massa depois da revolução demaio. Ao lado de comunistas honestos e convictos, entraram no Partido muitos camaradas não politizados e também alguns arrivistas — especialmente depois de fevereiro. O afluxo de elementos pequeno-burgueses que ingressaram no Partido por interesse pessoal, foi considerável. Às vezes, sob a influência de preconceitos e de hábitos, eles falsearam a linha clara e reta da política do Partido. O inimigo de classe, muitas vezes oculto por trás de camaradas insuficientemente educados, pôde entrar com muita facilidade no Partido. O fato de que o inimigo de classe tenha chegado às vezes a postos muito responsáveis do aparelho do Estado e da economia, resulta antes de tudo de que nossa revolução não quebrou de um só golpe o aparelho do Estado, mas empolgou-o e o modifica. Foi por isso que aí se esconderam certas pessoas que de há muito deviam estar eliminadas das funções públicas.
A primeira tarefa no esforço pela depuração do Partido éa eliminação sem piedade dos elementos hostis ao Partido e à classe operária, das pessoas que procuram esconder com sua carteira demembro as más ações que realizaram no passado. É sobre a insinceridade e a mentira que essa gente constrói sua vida a sua atitude para como Partido. Nada consegue se manter oculto diante do Partido. A verdade será descoberta eo será num momento em que, como demonstra toda uma série de experiências, isso lhes será muito mais penoso do que se dissessem a verdade imediatamente.
Não cessemos de depurar o Partido dos elementos maus, dos elementos que servem ao inimigo de classe. Não deixemos no Partido os arrivistas que se escondem, iludindo a vigilância. Nossos responsáveis não devem tão pouco deixar-se enganar pelos falsos apelos à vigilância, repetidos todos os dias pelos que se escondem no Partido a fim de nele realizar sua obra de decomposição e de traição e que, às vezes, com falsas acusações e falsos documentos, influenciam de tal modo o serviço de organização que esse chega a eliminar do Partido militantes honestos e dedicados, com o único fito de poder continuar tranqüilamente seu trabalho contra o Partido.
Liquidemos finalmente os que resolvem as tarefas do Partido de rnodo ditatorial, em lugar de convencer e de trabalhar coletivamente. O Partido Comunista Tchecoslovaco ganhou a confiança das massas precisamente porque, pacientemente, as convenceu da justeza de sua política, porque honestamente respeitou e aplicou sua linha política.
A crítica e a autocrítica ainda desempenham entre nós o papel de parentes pobres. Em muitos lugares elas são não somente negligenciadas, mas mesmo banidas. Às vezes, o camarada que faz uma crítica sincera é levado ao pelourinho, como divisionista, e sua crítica honesta é considerada como um ataque contra o Partido e o regime democrático e popular. Um camarada assim émuitas vezes atacado, acusado e às vezes eliminado doPartido. Freqüentemente torna-se impossível uma crítica sadia porque se ridiculariza a quem critica.
Nessa situação, em muitos lugares, os camaradas não ousam criticar eabandonam seus esforços para corrigir as coisas. Num caso desses o Partido ignora o ponto de vista dos camaradas e certos elementos podem assim continuar em seus erros ou em seu trabalho contra o Estado. Então, o inimigo penetra facilmente em nossas fileiras e cria-se nesse lugar uma atitude doentia relativamente à organização do Partido. Tais coisas prejudicam ao Partido, nos prejudicam em nossa marcha para adiante e freiam a evolução do Partido.
Escutemos a voz dos camaradas simples e honestos e corrijamos a situação em toda parte em que isso for necessário. Intervenhamos contra qualquer manifestação hostil à crítica e à autocrítica. Ergamo-nos contra todas as formas ditatoriais, autoritárias, contra a caça ao bom lugar, contra os que maculam a limpeza do Partido e embotam sua vigilância. O camarada Gottwald disse ontem que nossos membros não devem ter medo de criticar. É preciso frisar especialmente isso. Os membros do Partido não devem ceder no seu esforço honesto pela limpeza do Partido, mesmo que se chocam com obstáculos ou com dificuldades. Ajamos sem considerações pela funcão ou pelos serviços feitos. Que todo responsável aprenda a ouvir a voz dos simples trabalhadores, que ele seja um exemplo para as grandes massas porseu trabalho e por sua vida. Ele deve estar consciente de que sua primeira responsabilidade é a de servir os interesses dos trabalhadores, os interesses do Partido e do Estado democrático-popular.
A democracia interna educa os camaradas, seu desenvolvimento é uma boa escola para os militantes. A democracia interna exige que todas as questões políticas sejam discutidas com os militantes e isso contribui para a elevação do nível político e ideológico dos camaradas, para a formação política do Partido em seu conjunto, e ajuda na luta contra uma política mal aplicada ou desfigurada, contra todo atentado à sua justeza, contra a apatia política na luta por aumentar sua capacidade de combate, sua vigilância e flexibilidade.
Não interrompamos nosso esforço para melhorar a composição social de nosso Partido, de forma que o elemento operário se reforce percentualmente não apenas no número de aderentes, mas também no de quadros. A classe operária é a mais sólida garantia de nossa marcha para o socialismo. Ela nos garante que não nos afastaremos de nosso caminho e que não fraquejaremos no trabalho de construção. É absolutamente necessário que se coloque, mais sistematicamente do que até agora, quadros operários nos postos dirigentes e responsáveis e também que nos orientemos com mais audácia para os jovens quadros operários e para os jovens em geral. Aplicaremos assim o ensinamento de Stalin sobre a união da experiência dos quadros antigos com o entusiasmo dos jovens. Assim fazendo, não esqueceremos nossos bons quadros não-operários, quadros provados, fiéis ao nosso Partido e à Republica.
Quando se fizer a escolha dos responsáveis pelas novas direções de base e de seções, teremos a ocasião mais favorável para fazer com que novas forças sejam ganhas para a atividade do Partido e de substituir assim os que são incapazes, que não têm firmeza ou que sucumbem ao veneno ou às influências do inimigo de classe.
Segundo as diretivas do IX.º Congresso e do Partido, conduzimos os camaradas a uma luta ativa pela política do Partido e por sua realização na prática. Participar ativamente da luta do Partido pelo socialismo nos impõe trabalhar quotidianamente, com consciência, no aparelho de organização do Partido, na nossa profissão, a fim de arrastar os outros com o nosso exemplo. O movimento dos trabalhadores de choque, a elevação dos padrões de trabalho, os contratos socialistas, a emulação socialista euma maior vigilância revolucionária, a depuração do Partido — acelerarão a edificação do socialismo, reforçarão nosso novo regime social, garantirão nossa segurança e um futuro melhor. O exemplo pessoal de um trabalho dedicado ao Partido e aos trabalhadores da república, eis um dos elementos mais importantes para a realização prática da política do Partido. Nossa tarefa é popularizar o método de trabalho bolchevique, no qual a consciência política elevada está indissoluvelmente ligada ao entusiasmo no trabalho, à tenacidade e à habilidade na profissão.
A aliança e a amizade da URSS nos são um sólido apoio em nossa marcha para o socialismo. Eis por que nos é cara essa união duradoura e indissolúvel. Lutamos contra o inimigo e velamos para que essa união não seja enfraquecida pela reação nacional ou estrangeira, e para que se torne cada vez mais sólida e ampla. Julgamos os cidadãos por sua atitude para com a URSS. Assim distinguiremos com segurança o amigo do inimigo e velaremos para que o inimigo não se reforce em nossa retaguarda, não ameace nossa amizade e aliança com a URSS e as democracias populares.
Sabemos que as faltas que cometemos, as debilidades de que sofremos, são o ponto fraco de nosso Partido, através do qual o inimigo procura penetrar em nossas fileiras. Eis porque é preciso eliminá-lo o mais depressa possível. Arranquemos impiedosamente a máscara de nossos inimigos ocultos, mostremos sua verdadeira face, arranquemo-los de suas tocas.
O Partido Comunista Tchecoslovaco é reconhecido ao desmascaramento da criminosa conspiração contra o campo da paz e à resolução do Bureau de Informação dos Partidos Comunistas e Operários, que reclama dos Partidos Comunistas uma maior vigilância revolucionária diante dos fautores imperialistas de uma nova guerra e seus aliados.
Nosso Partido tem consciência do fato de que sua responsabilidade no destino da edificação socialista não se reduz, mas cresce. Ele fará tudo para que esse sentimento de responsabilidade penetre na massa do sangue de todos os responsáveis do Partido. O Comitê Central do Partido Comunista Tchecoslovaco trabalhará com todas as suas forças para educar os camaradas, ainda mais do que até agora, com base nas experiências do Partido Comunista (bolchevique) da URSS, para ensinar aos camaradas e aos responsáveis a serem firmes diante do inimigo de classe, para educá-los a não perdoar as debilidades e as faltas, para armá-los na luta pela superação das dificuldades.
Nosso Partido deve todas as suas vitórias ao ensinamento marxista-leninista. É reconhecido ao Partido Comunista (b) da URSS e ao camarada Stálin por ter podido e por poder aprender com a sua rica experiência.
O Partido Comunista Tchecoslovaco é reconhecido a seu presidente, o camarada Gottwald, por ter forjado sua unidade e solidez. Sob sua direção, nosso Comitê Central continuará a reforçar e a temperar o Partido, continuará a reforçar sua vigilância, a defender sua pureza como a pupila de seus olhos e a trabalhar com todas as suas forças para que o Partido Comunista Tchecoslovaco seja ainda mais unido, mais educado e temperado politicamente para realizar as tarefas da marcha para o socialismo e do reforçamento do campo mundial da democracia, do progresso e da paz.
"O objetivo visado pela nova orientação abertamente expansionista dos Estados Unidos é o de estabelecer o domínio mundial do imperialismo Americano"
A. Jdanov (Setembro — 1947)
Inclusão | 26/09/2009 |
Última alteração | 21/01/2013 |