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Fonte: Jornal Combate, nº 2, Portugal. |
O pensamento político e a linha de actuação do General Spínola podem ser melhor entendidos nas suas verdadeiras intenções, se relermos algumas passagens de um discurso proferido em 20 de Julho de 1970, e que lamentamos não tenha sido mais divulgado após o 25 de Abril.
«A guerra transitou, portanto, do campo das armas para o campo das ideias, para o campo da mobilização das massas ou, mais precisamente, para o campo das reivindicações sociais, passando a processar-se sob a forma de conflitos internos, isto é, de guerras nacionais com finalidade internacional.
Contra esta estratégia, concebida pelo bloco oriental para provocar a autodestruição do Ocidente, este opõe uma estratégia clássica, confundindo lamentavelmente dissuasão com defesa, A NATO, criada como instrumento dissuasor, transformou-se em força de defesa do Ocidente, polarizando, como instrumento de defesa, as atenções dos que, ingenuamente, se julgam defendidos. Com efeito o Ocidente não está defendido com a NATO, pelo simples motivo de que não é nesse campo que estamos a ser atacados.
«(...)
«Face a conceitos tão diferentes, a estratégia ocidental encontra-se necessariamente ultrapassada, e a história dos últimos tempos tem-no demonstrado largamente. Há portanto que evoluir de forma a opor à revolução uma eficaz contra-revolução, combatendo ideias com ideias.
Se assim não for, o Ocidente, estagnado e circunscrito aos termos clássicos das suas concepções, sucumbirá asfixiado pela chamada «revolução mundial do povo» a que vem aderindo a juventude. Há, por conseguinte, que ir ao encontro do povo e da juventude, e operar dentro da nossa cultura a revolução que, se não for feita por nós, surgirá inevitavelmente, mas no seio duma cultura diferente.»
(Linha de Acção, Agência Geral do Ultramar, Lisboa. 1971. pp. 47-48 e 49).
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