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Fonte: Jornal Combate, nº 1, Portugal. |
José Luís Saldanha Sanches. militante do MRPP e director interino do jornal «Luta Popular», foi preso no dia 7 de Junho e enviado para o Forte de Elvas.
Outros casos graves de repressão activa à liberdade de expressão se verificaram depois do 25 do Abril:
— Repressão à manifestação anti-colonial e de exigência da libertação do revolucionário cubano Peralta, na Estrela, no dia 25 de Maio.
— Suspensão da emissão em
directo feita pelos Rádio Renascença e Rádio Clube Português
da manifestação anti-colonial da
Estrela.
— Expulsão do Ansã Regala da Emissora Nacional por dar noticias sem passar pela censura interna.
— Corte, na transmissão pela RTP de um Festival de Canto Livre, dos poemas ditos por Mário Viegas.
— Por ordem do delegado da Junta de Salavação Nacional Mariz Fernandes e com o acordo de Raul Rego, ex-director do jornal República e actual Ministro da Comunicação Social, corte da transmissão televisionada da representação teatral realizada no dia 10 de Junho, pelo grupo Comuna, no Mercado da Primavera.
— Acréscimo, nos jornais diários, da censura interna, isto é, feita pela chefia da redacção, sob directivas das correntes reformistas e da Junta de Salvação Nacional.
— O jornalista de O Século. Roby de Amorim, enviado especial à Guiné, foi chamado daquela colónia, com ordem de apresentação à Junta de Salvação Nacional. Roby de Amorim mostrara nos seus artigos a vontade dos soldados portugueses de pôr fim imediato à presença portuguesa na República da Guiné-Bissau.
— Repressão à liberdade de reunião e de expressão dos soldados nos quartéis.
O desenvolvimento desta campanha repressiva por parte da Junta de Salvação Nacional e do actual governo relaciona-se com a histérica demagogia contra as greves e contra toda a movimentação operária, e tem como objectivos:
— o amordaçamento da imprensa operária e de toda a possibilidade de expressão revolucionária na imprensa burguesa;
— o ataque a toda a actividade que desmistifique a política neo-colonialista da Junta de Salvação Nacional e do Governo Provisório, bem como de todas as correntes nele integradas.
Contra esta vaga de repressão governamental:
EXIGIMOS a imediata libertação de Saldanha Sanches e a reintegração de todos aqueles que. por defenderem a liberdade de imprensa foram afastados ou expulsos dos órgãos informativos controlados pela burguesia.
LUTAREMOS contra a nova censura que, a cargo dos directores dos jornais ou administradores na rádio e televisão, e a cargo da Junta de Salvação Nacional, se tem vindo a restabelecer após o golpe de 25 de Abril.
INCENTIVAREMOS todas as lutas dos trabalhadores a tomarem como um dos seus objectivos imediatos estes pontos.
Jornal 1.º de Maio
Jornal Combate
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