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Primeira Edição: Publicado conforme o texto da proclamação impressa em outubro de 1905 na
tipografia do Comitê de Tíflis do P.O.S.D.R.
Fonte: J.V. Stálin – Obras – 1º vol. – traduzida da edição
italiana da Obras Completas de Stálin publicada pela Edizioni
Rinascita, Roma, 1949.
Tradução de:........
Transcrição e HTML de: Fernando A. S. Araújo,
dezembro 2005.
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Um poderoso gigante, o proletariado de toda a Rússia, pôs-se novamente em marcha… Um vasto movimento geral de greves abrange toda a Rússia. Como a um sinal de uma vara de condão, a vida parou de repente em toda a imensa extensão da Rússia. Só em Petersburgo e nas suas ferrovias entraram em greve mais de um milhão de operários. Moscou – a antiga, plácida capital, imóvel, fiel aos Romanov – está toda ela ardendo no incêndio revolucionário, Khárkov, Kiev, Iekaterinoslav e os outros centros industriais e culturais, toda a Rússia central e meridional, toda a Polônia e, finalmente, todo o Cáucaso se imobilizaram e fitam ameaçadoramente a autocracia.
Que acontecerá? Com ânsia e frêmito a Rússia espera uma resposta a esta pergunta. O proletariado lança um desafio ao maldito monstro de duas cabeças: seguir-se-á a este desafio a peleja real e verdadeira, transformar-se-á a greve em aberta insurreição armada, ou acabará "pacificamente" e "se acalmará" como as primeiras greves?
Cidadãos! Qualquer que seja a resposta a esta pergunta, acabe como acabar a presente greve, uma só coisa deve ficar certa e clara para todos: encontramo-nos às vésperas da insurreição de todo o povo de toda a Rússia e a hora dessa insurreição está próxima. A greve política geral atualmente em curso, greve sem precedentes, sem par pela sua grandiosidade, não só na história da Rússia, mas na de todo o mundo, poderá talvez terminar hoje sem desembocar na insurreição de todo o povo, mas isso apenas para sacudir novamente amanhã e com maior força o país, e desembocar nessa grandiosa insurreição armada que deve decidir a luta secular do povo russo com a autocracia tzarista e esmagar a cabeça desse monstro abominável.
A insurreição armada de todo o povo, eis a conclusão fatal a que conduz com inelutabilidade histórica todo o conjunto dos acontecimentos desenrolados na vida social e política do nosso país nestes últimos tempos! A insurreição armada de todo o povo, eis a grande tarefa que se apresenta hoje perante o proletariado da Rússia e imperiosamente exige solução!
Cidadãos! Para a eliminação de um punhado de aristocratas das finanças e da terra, é do vosso interesse unir-vos ao grito de incitamento do proletariado, e, juntamente com ele, apressar essa insurreição salvadora de todo o povo.
A criminosa autocracia tzarista conduziu nosso país à beira do abismo. A ruína de uma massa de cem milhões de camponeses da Rússia, a condição de opressão e de miséria da classe operária, as enormes dívidas estatais e os pesados impostos, a população inteira privada de direitos, os infinitos arbítrios e a violência que reinam em todas as esferas da vida, finalmente, a absoluta precariedade da vida e dos bens dos cidadãos: eis o quadro terrível que a Rússia hoje nos oferece! Não é possível continuar assim por muito tempo! A autocracia, que criou todos esses horrores tenebrosos, deve ser destruída! E será destruída! A autocracia está consciente disso e quanto mais consciente vai ficando, mais tenebrosos se tornam esses horrores, mais pavorosa se faz a dança infernal que ela organiza em torno de si. Além das centenas e dos milhares de pacíficos cidadãos que ela assassinou nas ruas da cidade, além das dezenas de milhares de operários e de intelectuais – os melhores filhos do povo – que definham nos cárceres e na deportação, além dos assassinatos e das contínuas violências que os esbirros do tzar cometem nos campos, entre os camponeses, em toda a extensão da Rússia, a autocracia inventou por fim novos horrores. Começou a. semear a inimizade e o ódio o próprio povo e a lançar umas contra as outras camadas inteiras do povo e nacionalidades inteiras. Armou e açulou arruaceiros russos contra os operários e os intelectuais russos, as massas obscurantistas e esfomeadas dos russos e dos moldávios na Bessarábia contra os judeus e, finalmente, a massa ignorante e fanática dos tártaros contra os armênios. Servindo-se dos tártaros, destruiu um centro revolucionário da Rússia, o centro mais revolucionário do Cáucaso, Baku, e conservou longe da revolução toda a província armênia. Transformou todo o Cáucaso, com seus habitantes de origens diversas, num campo de batalha, onde a população espera ataques a cada instante, não só por parte da autocracia., mas ainda por parte dos habitantes vizinhos, vítimas infelizes da autocracia. Continuar assim não é mais possível! E só a revolução é que pode dar fim a isso!
Seria estranhável e ridículo esperar que a autocracia, que suscitou todos esses horrores infernais, queira e possa, ela mesma, fazê-los cessar. Nenhuma reforma, nenhum remendo da autocracia – do gênero da Duma de Estado, dos zemstvos, etc. – a que se quer limitar o partido liberal, poderia dar fim a esses horrores. Ao contrário, todas as tentativas nesse sentido e todas as ações contra o impulso revolucionário do proletariado contribuirão para agravar esses horrores.
Cidadãos! O proletariado, a classe mais revolucionária da nossa sociedade, que até o dia de hoje carregou sobre os ombros todo o peso da luta contra a autocracia de quem é, até o âmago, o adversário mais decidido e sem reservas, prepara-se para a ofensiva armada aberta. E ele vos convida, a todas as classes da sociedade, a ajudá-lo e apoiá-lo. Armai-vos, ajudai-o a armar-se e preparai-vos para o combate decisivo.
Cidadãos! Aproxima-se a hora da insurreição! É necessário que a enfrentemos com todas as armas! Só neste caso, só mediante uma insurreição armada geral e simultânea em todas as localidades poderemos vencer nosso inimigo abominável, a maldita autocracia tzarista, e erigir sobre suas ruínas a livre república democrática de que necessitamos.
Abaixo a autocracia! Viva a insurreição armada geral!
Viva a República Democrática!
Viva o Proletariado da Rússia em luta!
Assinado: O Comitê de Tíflis.
Inclusão | 09/12/2005 |