Apresentação do texto "A Constituinte" de Graciliano Ramos

Clóvis Moura

Março de 1983


Primeira Edição: ....
Fonte: Revista Princípios nº 5, março de 1983.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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No ano de 1945 o povo estava nas ruas exigindo a redemocratização do Brasil. O nazifascismo fora derrotado na segunda guerra mundial e abriam-se perspectivas em escala planetária para o avanço da democracia. O Estado Novo de Getúlio vivia os seus últimos dias. A constituição outorgada em 10 de Novembro de 1937 deveria ser substituída por outra que correspondesse aos anseios democráticos dos brasileiros. A palavra de ordem de uma nova Constituição tomou conta de todos os setores democráticos organizados. E a exigência da convocação de uma constituinte que elaborasse uma nova carta capaz de ordenar juridicamente a sociedade civil que saia da ditadura sensibilizou as camadas mais representativas da consciência política nacional.

A intelectualidade democrática neste contexto tomou posição aberta a favor da convocação de uma constituinte livre e soberana, através da qual aquelas garantias que a carta outorgada em 37 tirara ao povo brasileiro fossem a ele restituídas. Escritores, cientistas, artistas, representantes de todos os setores da intelectualidade uniram-se às demais classes e camadas que clamavam e exigiam uma nova Constituição. À frente deles estava a intelectualidade comunista que, juntamente com membros das demais tendências políticas liderava a luta pela convocação de uma constituinte livre e soberana.

Não ficou indiferente a este movimento o grande romancista e escritor Graciliano Ramos. Como militante e democrata participou ativamente da campanha de convocação de uma constituinte que desse ao povo brasileiro uma nova Constituição. Em várias ocasiões e oportunidades manifestou-se publicamente sobre o assunto. O texto que transcrevemos [...] foi lido por ele em uma dessas manifestações. Pela sua coerência política e oportunidade resolvemos transcrevê-lo para conhecimento dos leitores. Um texto que tem atualidade absoluta em face da nossa atual situação política e da necessidade de reencontrarmos a legalidade democrática que nos foi tirada pela ditadura militar.

Leia o texto de Graciliano Ramos


Inclusão 13/04/2016