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Terminamos a primeira parte de nosso trabalho rendendo nossa homenagem à moral guerrilheira. Quando criticamos as outras morais, assinalamos de passagem, que em alguns pontos e em determinados momentos podemos coincidir com a moral espontaneísta, sem deixar de criticá-la. Trata-se de ver porque razões e com que métodos encaramos nossa análise do problema moral, que expliquem estas contradições formais.
A chave de toda nossa analise e das soluções que propugnaremos, radicam no fato de que para nós a moral é relativa e adequada a determinadas relações objetivas entre os homens. Dessas relações cremos que há uma que é privilegiada, a relação como militantes do partido. Mas, que seja privilegiada não quer dizer que seja a única, que é a única relação enquanto homem, membro de uma classe, operário ou estudante de tal fábrica ou tal faculdade, noivo ou esposo de tal mulher, sócio de tal clube e membro de tal família, afiliado a tal sindicato, ativista de uma greve, estabelecemos uma série de relações e formamos parte de uma série de estruturas sociais. Concretamente o militante não é somente militante, homo politicus, mas homem de tal sociedade e localizado em tais setores.
Isto cria uma situação contraditória, já que tantas morais como estruturas sociais existem, segundo vimos anteriormente.
É a principal contradição que sofremos neste aspecto de nossa vida e conduta: a pressão de morais distintas sobre cada um de nós.
À solução pluralista do problema - "cedamos à moral de cada um desses setores" -, nós respondemos com uma solução unitária dessas contraditórias pressões. Todas elas devem ser mediadas pela moral e nossa condição de militantes do partido. Somos, então, afiliados ao sindicato-militante; esposo-militante; estudantes-militantes; operário-militante, etc. Todas essas diferentes localizações com suas pressões morais e das outras, nós as combinamos e tratamos de conseguir uma síntese neste caso moral, com nossa condição de militantes.
Nossa intervenção na vida da sociedade tem três níveis, poderíamos considerar talvez quatro. Um nas estruturas objetivas, externas ao partido e ao nosso círculo: a classe, o setor, a vizinhança, o sindicato, a tendência sindical ou artística a que pertençamos. A outra, a privilegiada, é nossa participação na estrutura partidária. A última, são as relações intimas com nossos amigos, companheiros, família, etc., incluindo as relações conosco mesmo como indivíduos biológicos e culturalmente condicionados. Em cada um desses níveis e setores, deve-se estabelecer uma solução dialética do problema, como o que encontramos para o homem-militante. É por outro lado, a mesma questão vista desde um outro ângulo.
Entre todos esses níveis, que vão do mais objetivo ao mais intimo e subjetivo, existe uma relação dialética, tudo esta mediado pelo nível partidário, base, principio e fim de toda nossa conduta, incluída a moral, em todos os níveis. Na classe, tanto como no sindicato ou na vizinhança, atuaremos como militantes do partido e tratando que nossa atuação, incluída nossa atitude moral, ajude ao desenvolvimento do partido e da revolução. O mesmo no terreno mais subjetivo, pessoal, nossas relações íntimas. O grande mediador de nossa moral, em seus distintos níveis, é o partido. Isto não quer dizer que não haja tendência à choques e que cada um de seus níveis tenha problemas, necessidades, princípios específicos, que possam provocar e provocam tensões, contradições agudas às vezes. Justamente quando dizemos mediador, queremos dizer que há uma relação dialética, ou seja, contraditória entre os distintos níveis que devem ser sintetizados pela moral e a conduta como militantes do partido.
As classes exploradas, nossa classe operária entre elas, têm de acordo com seu nível de consciência e organização, diferentes morais. Isso para nós é um fato objetivo. Inclusive diferentes setores dessas classes podem ter diferentes níveis morais. É muito diferente a moral de uma categoria que vive de obter muitos triunfos de grandes lutas, de outra categoria que suportou derrota após derrota. O mesmo com relação aos camponeses de uma região a outra.
As diferenças morais, assim como ideológicas, organizativas e políticas entre o guerrilheirismo e o espontaneísmo obedecem a essas razões objetivas, o diferente nível de suas lutas, como de sua consciência. Enquanto o espontaneísmo reflete a primeira grande onda de ascenso do movimento de massas na Europa Ocidental, depois de quase duas décadas de estancamento e retrocesso, o guerrilheirismo reflete uma situação pré-revolucionária, uma consciência e organização que se lança à guerra civil, a máxima expressão da luta de classes. O primeiro, ao contrario, expressa somente as primeiras etapas da luta.
Dai suas profundas diferenças e a proximidade entre o guerrilheirismo e nós no problema moral, como frente a outros problemas, sem chegar a ser o mesmo. Essa proximidade esta provocada por nosso acordo na continuidade e organização da ação revolucionária, dos métodos de guerra civil. Depois desse acordo, nossas diferenças em todos os terrenos se acentuam.
A moral de nossa classe operária, por exemplo, é muito diferente tanto do guerrilheirismo, como do espontaneísmo. Seu nível de consciência e organização foi, e seguem sendo em grande medida, essencialmente sindical. Desenvolveu uma moral adequada à sua conduta de varias décadas: alto grau de disciplina sindical, apoio e sacrifício por suas organizações sindicais e todas as outras características da moral sindicalista. Tem muito pouco de guerrilheira e espontaneísta, ainda que agora alguns setores juvenis, ligados à vanguarda do movimento estudantil, começam a ter outra conduta e logicamente outra moral que se aproxima objetivamente a certas características espontaneístas e guerrilheiras e que podem ser caldo de cultura para o desvio guerrilheiro urbano.
Como militante e como partidos nacionais de um partido mundial, não podemos deixar de militar nesses movimentos, ao nível que se dêem, observando sua moral. Mas nossa atuação política e moral tem um objetivo, mostrar que a nossa é superior, tender a eleva-los não só politicamente, mas também moralmente. Para isso, impõe-se que sejamos os melhores na própria moral deles. Isto já o disse Trotsky em uma famosa fórmula: devemos ser o melhor soldado, operário, ativista sindical. Na simplicidade dela, sintetizou tudo o que vimos dizendo: somos os melhores na moral das classes exploradas em todos os seus níveis, desde os mais baixos até os mais altos. Nas fábricas, os preguiçosos são mal vistos, vai contra a moral dos setores operários mais responsáveis, melhores; Trotsky tirou uma conclusão moral lógica, temos que ser os melhores operários, os que mais trabalhamos, para ser os que melhor representamos a moral deles. Se em um determinado momento da luta de classes, um setor importante do movimento considerar que não há que produzir nada para o patrão, nós trocaremos pela raiz nossa moral e deixaremos de ser o melhor operário para nos transformarmos, desde o ponto de vista produtivo, no pior. A forma de nossa moral estará mudada, mas seu conteúdo e objetivos não, já que seguimos sendo os melhores representantes da moral da classe operária ou dos explorados em seu nível.
Mas, se nossa moral parasse aí, estaríamos fazendo seguidismo moral. Nosso objetivo moral é estabelecer uma ponte desde essa conduta moral comum até nossa moral. Cada militante do partido não só tem essa moral, mas a combina com a partidária e, portanto, em cada momento trata de superar, principalmente essa moral sindical ou de base operária, até uma moral superior, de classe e internacionalista. Seremos não só os melhores operários, os ativistas sindicais mais disciplinados, sacrificados e lutadores, mas também os que colocaremos que temos que parar por Che Guevara, e que temos que ser solidários moralmente com os guerrilheiros vietnamitas ou nossos próprios mártires. É que cada um de nossos militantes, reflete moral e politicamente o partido em sua conduta diária e não só o setor de classe ao qual pertence.
Chegamos assim, da moral que temos em nossa vida exterior objetiva, à partidária. Esta é a decisiva, já que como vimos anteriormente, a moral e a política do partido é a intermediária de todas nossas ações. Toda nossa moral, tanto objetiva como subjetiva, está condicionada por nossa condição de militante do partido.
A obrigação moral número um, fortificar o partido, responder-lhe com a própria vida, considerar o dever moral mais sagrado, valha a expressão neste caso, a vida partidária e o desenvolvimento da organização. Todos os sacrifícios são poucos: vivemos por e no partido, para o partido.
Essa colocação tem seus reflexos em nossas relações morais com os companheiros do partido. Com um camarada do partido se estabelece uma relação moral de tipo único, nova, não conhecida por nenhuma das morais tradicionais, que chegaram ao máximo nas seitas religiosas revolucionárias ou nas relações familiares da burguesia na época de ascenso. O princípio que não há nada superior entre os homens como indivíduos que um camarada do partido. É o princípio superior de nossa moral neste terreno das relações pessoais dentro do partido. Portanto, lhe devemos franqueza, a sinceridade mais absoluta salvo por razões de segurança do próprio partido. Mas muito mais que isto, o camarada do partido merece todos os cuidados e considerações. Não há nada nem pode haver sacrifício em favor do camarada que não façamos. Somos, devemos ser, muito mais que sua família, irmãos, filhos ou pais, na etapa de ascenso da moral familiar. Pelo companheiro do partido se arrisca a vida, se faz qualquer sacrifício. O princípio moral é que a vida, a consciência e o próprio corpo físico do camarada do partido valem muito mais que qualquer um. É uma relação abstrata concreta de tipo pessoal única, justamente o que a faz superior a todo o conhecido até o momento. Os camaradas do partido, em sua ampla maioria não se conhecem, mas as obrigações morais não são por isso menos peremptórias. São companheiros e basta, todo o dito anteriormente sobre os nossos princípios valem. Um camarada boliviano perseguido pela repressão, chega a nosso partido e cada um de nós jogará a vida, se for necessário, para protege-lo, ainda que jamais haja ouvido falar dele. A nível interpessoal, este dever moral é a outra cara do principal dever moral a nível de todo o partido, fortalece-lo, desenvolve-lo. Isto não se consegue só com uma boa linha política, mas, de forma concreta, levantando e fortificando, salvaguardando e enriquecendo a moral física, a personalidade, o nível dos companheiros do partido. Nossa obrigação moral é fazer todos os sacrifícios para consegui-lo. Por isso nosso acordo de princípio com a moral guerrilheira, esse alto nível da luta de classes, com respeito ao camarada de luta. Opinamos a esse respeito o mesmo que eles, com a diferença que eles o aplicam de forma específica, em relação fundamentalmente à sua vida e seu corpo, dado o caráter unilateral de sua luta, enquanto nós o desenvolvemos em relação a todos os aspectos da personalidade dos companheiros.
Se a vida no mundo e dentro do partido nos impõe obrigações morais específicas, o mesmo ocorre com as relações subjetivas, íntimas e ao mesmo tempo mais concretas: a amizade, o amor, o parceiro e a família. Estas são nossas relações diárias, de pessoa para pessoa. São as relações sociais mais atomizadas, mas não por isso deixam de ter, como toda relação social; sua moral. Esta também mediada pela condição de militante, mas com suas características específicas.
Antes de mais nada essas relações não têm porque ser relações entre militantes. Ainda que isso possa provocar, melhor dito, provoca situações conflitivas, estas podem ser superadas, inclusive conseguindo-se que o pólo não militante da relação se transforme em militante, rompendo a relação ou conseguindo um equilíbrio relativo. Cada uma destas relações têm suas obrigações morais bem precisas. Todas elas se caracterizam por estabelecer relações que ligam o individual, cultural e, em algumas delas, o biológico. Por isso é o setor mais isolado da macro sociedade, como dizem os sociólogos. A relação não é essencialmente política como no partido, nem as relações objetivas que nos são impostas, como as da luta de classes.
A primeira destas relações é a da amizade. É a de um militante com outro militante ou com quem não o seja. Esta relação se estabelece por um passado, afinidades, desejos ou atividades comuns, muitas vezes por combinação de todos estes fatores. Se consegue assim um vínculo muito mais estreito e concreto que o existente entre militantes. Se a amizade é entre estes, o ideal moral, é a relação já histórica entre Engels e Marx. Tudo o que dissemos entre as relações de companheirismo dentro do partido adquirem aqui uma nova dimensão, porque já não somente a vida e a personalidade do outro é muito mais que o de si mesmo, como também seus próprios problemas pessoais, seus anseios ou muitos deles, valem tanto ou mais que os nossos. Se estabelece um vínculo de anseios, preocupações comuns, em todos os níveis, que obrigam quase a considerar o amigo mais que a si mesmo. Tenho dado o exemplo de Marx e Engels, porém poderia dar a nível partidário a relação entre duas camaradas amigas que é um magnífico exemplo do que venho dizendo. É não ter segredos para o amigo, consultar e resolver juntos os problemas mais íntimos, é uma das obrigações morais principais.
O amor é um grau superior das relações interpessoais, já que complementa ou enriquece a amizade em seu nível mais alto, com as afinidades sexuais e sentimentais.
Se não se dá a nível de militantes, pode ocasionar contradições parecidas às existentes entre os amigos que estão na mesma situação. Porém se é entre militantes me dá pena não ser um bom escritor para refletir tudo o que ele significa de grandioso, profundo, valioso. Creio que aqui começamos a conseguir as mais altas relações interpessoais que tem dado a história, porque o amor entre companheiros, supera todos os níveis dessa categoria humana que recém foi descoberta na Idade Média, e que tem tido um desenvolvimento infeliz através da história.
Em nosso movimento, graças a ele, esta categoria pode conseguir seu pleno e total desenvolvimento. É uma unidade, equilíbrio muito delicado de tipo biológico, sentimental, pessoal e político-partidário. A principal obrigação moral frente ao amor é ser consciente que ele se constrói e reconstrói permanentemente, que não é algo estático, mas dinâmico, uma unidade dinâmica que sempre está se desenvolvendo.
Temos frente a ele todas as obrigações da amizade, com os complementos sentimentais e individuais, que nos coloca o caráter específico desta unidade. Porém o amor é um equilíbrio delicado, como já dissemos. Quando se solidifica surge a parceria e a família, como uma estrutura muito mais sólida.
A parceria é a estrutura monogâmica cujo embasamento é o amor. A parceria é o ideal como moral e estrutura interpessoal, a máxima expressão. É o surgimento de uma unidade que fortalece e estabiliza aos dois componentes, que multiplicam suas forças como conseqüência dessa unidade superior. As obrigações morais entre os membros da parceria são quase totais. É a síntese de todas as outras obrigações morais interpessoais, porém enriquecidas e aprofundadas. A família, os filhos, é a ampliação desta parceria e coloca problemas de outro tipo que seria longo analisar aqui.
Todas estas estruturas interpessoais, se são autênticas, fortificam a militância partidária, porque fortalecem a personalidade e o desenvolvimento do militante. Que é melhor ter uma companheira estável, militante, totalmente integrada consigo mesmo, que nos permita consultar-lhe todos os problemas, como ela faz conosco, que nos permite solucionar todos os problemas individuais, de toda ordem, desde os biológicos aos culturais para ter a moral e o tempo suficiente para militar. Não são estruturas antagônicas, mas complementares.
Porque entre o partido com seus militantes e estas relações se estabelece uma relação única, específica e diferente. É o terreno da moral subjetiva a que tem que ver com nossa militância objetiva, nos sindicatos e na classe.
O partido cuida e intervém diretamente nos aspectos morais objetivos: expulsa sem nenhuma consideração o companheiro que fura uma greve. No terreno interpessoal, a intervenção partidária é indireta e muito mais sutil, cuidadosa, através da opinião ou reprovação partidária, já que justamente por serem relações interindividuais, a dinâmica e as relações que se estabelecem são únicas, concretas, que requerem apreciações também únicas. Isto quer dizer, que o partido tem mais que normas, que também devem tê-las, tendências, consensos.
Por isso o partido, seus militantes, devem defender com todas as suas forças casais que se vão construindo, e fazendo pressão pela via do convencimento moral, da necessidade destas parcerias. Somente em situações excepcionais estas tendências morais em favor do amor e da parceria, podem transformar-se em normas estritas de tipo objetivo. Por exemplo, a norma moral dos guerrilheiros vietnamitas de impedir as relações sexuais entre guerrilheiros para impedir a gravidez das guerrilheiras, é perfeitamente lícita. A de evitar o "adultério" burguês em situações críticas, como prisão ou perseguição do companheiro, utilizando justamente essa situação, principalmente por companheiro de direção do partido, também pode ser transformado em norma ou pelo menos que haja consenso moral de falta grave. Porém em linhas gerais neste terreno a moral é mais subjetiva que objetiva, atua por pressões e tendências mais que normas estritas.
Temos precisado a linha partidária e dos militantes frente ao aspecto moral que devemos observar com referência a uma série de estruturas interpessoais que o partido considera muito úteis, progressivas e necessárias. Nos falta precisar que linha deve ter o militante interessado que constitui essas estruturas.
Este companheiro, deve ser mais cuidadoso que tudo, já que tem além de suas obrigações como militante, as morais que derivam de seu caráter de companheiro ou amante de uma companheira ou de uma mulher. Sua relação está mediada também por seu caráter de militante. Tratar de elevar a sua parceira, se a relação entra em crise, tratar de evitar que frustre o progresso de cada um dos integrantes, evitar a promiscuidade antes de começar uma relação, fazendo com que esta seja a mais séria possível desde seu início, com perspectivas. Cuidar antes de começar esta relação amorosa se a outra parte sairá beneficiada ou prejudicada. Sempre, a todo o momento, como militante, não pensar em si mesmo, mas na outra parte, respondendo as perguntas: a ajuda?, a prejudica?, que faço para que se supere? são desejos o que tenho e a observo e considero como um objeto ou pelo contrário, meus desejos estão mediados por minha moral de militante e, além disso e principalmente, creio que pode se estruturar algo sério, que a beneficie e a mim, que nos supere a ambos? Estas perguntas morais são as decisivas e só o fato de que as coloque significa um começo de solução a este problema.
Porque atentar para todos estes aspectos por parte de todos, o partido, seus militantes e as partes interessadas, é parte essencial ainda que muito sutil de nossa militância.
Trotsky chamava as famílias dos revolucionários de "a retaguarda da revolução". Me parece um acerto do Velho, ainda que o tenha definido em uma situação histórica distinta da nossa, que restringe o conceito.
Ele se referia essencialmente à família ampla, patriarcal russa, as mães, pais, irmãos. Na pátria de Don Leon a família patriarcal era muito forte. Todas as classes russas, desde a burguesia até a baixa nobreza, passando por todas as exploradas, estavam em luta contra o czarismo. Era lógico que as famílias patriarcais considerassem e ajudassem seus filhos como vanguarda da luta geral e comum de todos contra o czarismo.
Porém na família moderna, a família patriarcal já não existe mais, e governos como o russo, tampouco. Vejamos a realidade de nosso partido. O comum é que os familiares dos companheiros presos, perseguidos, lavem as mãos ou dêem uma ajuda muito pequena, salvo exceções. Nem por essa nova realidade o conceito de Trotsky perde sua riqueza, pelo contrário, adquire uma nova magnitude. O papel que cumpria a família russa de apoiar em todos os aspectos desde o não político ao lutador, desde sentimental até material, o pode e deve cumprir agora relações interpessoais adquiridas e não herdadas, como a amizade, o amor, a companheira, a família. Somente os que estivemos presos ou perseguidos sabemos bem o que significa essa retaguarda moral e sentimental. Fortificar essa retaguarda é uma obrigação partidária de primeira ordem.
O companheiro ou companheira preso ou perseguido não deve sentir somente a solidariedade política e organizativa do partido ou do movimento de massas. Nem só de política vive o homem, mas também deve sentir o apoio amoroso, mais amoroso que nunca de seu amor, parceira e como do partido, mais carinhoso que nunca, de seus filhos e amigos. Quem não atua assim ou trata que não se atue assim é um traidor moral, se é um velho companheiro, ou um inconsciente se é um companheiro novo.
O militante, pelo fato de sê-lo, não deixa de ser homem ou mulher, com necessidades biológicas e culturais bem precisas e prementes
Chegamos ao primeiro escalão da sinceridade moral do militante com ele mesmo, de olhar-se no espelho e tirar conclusões de como atuar com ele mesmo. Começando com as grandes necessidades, a comida, o vestido, o sexo, principalmente este, a grande moda entre alguns setores partidários "antidogmáticos".
Aqui como em todos os outros níveis, a mediação para solucionar essas necessidades biológicas passa pelo caráter de militante. A solução biológica de tal forma, beneficia ou prejudica o partido e a revolução? É a pergunta moral que tem que ser formulada, dando uma resposta adequada.
Era um costume de alguns setores do movimento latino americano em velhas épocas, principalmente quando iam ao Chile, solucionar esse problema através dos bordéis, falando claro, através das prostitutas, por exemplo. Sempre considerei essa solução do problema escandalosa moralmente, já que a prostituição também é uma relação, e não um ato individual, no qual intervém dois elementos: o que paga e o que cobra; dos dois, o culpado é um só, o que paga. Os companheiros que pagavam uma prostituta estavam cometendo um ato repugnante de tipo moral, desenvolvendo uma das instituições mais repugnantes da sociedade de classes.
Porém este caso extremo não elimina os outros, os intermediários, os que se dão dentro do partido. Existem companheiros que têm ou tiveram a moral dos Combos: aproveitar as festas partidárias ou reuniões, para ver com quem se podia ir dormir. Isto tinha sido transformado, pela atual direção dos Combos, em uma religião: se faziam festas especiais para praticar a promiscuidade, que terminavam com "trepadas" quase coletivas, com uma divisão, reconheçamos o mérito, bastante eqüitativa de possibilidades, não ficava ninguém de fora. Em nosso partido, pela campanha da direção e em especial das companheiras dirigentes estudantis, que foram as primeiras a se levantarem indignadas contra as acusações que estes canalhas, que praticavam justamente esta moral, e lhes faziam, o assunto é mais dissimulado, mas sob a pele de cordeiro se escondem muitos lobos.
A essência dessa moral é: tenho uma necessidade biológica e tenho que satisfaze-la como posso, dentro ou fora do partido. Esta moral produz dois comportamentos estanques, totalmente separados, entre o biológico e o militante. Todo tempo livre, e se não há o busca, deve ser destinado à satisfação dessa necessidade biológica. Desde o ponto de vista psicológico, não sabe que assim não se satisfaz nunca a própria necessidade biológica porque transformada em um objetivo em si mesma, separada do companheirismo, do respeito mútuo, do acordo ou coincidência sentimental, cultural, partidário, militante e de atividade, o ato sexual por si só não soluciona absolutamente nada, é uma variante da masturbação ou muito pior que ela. Somente satisfaz quando se parte de uma relação total ou quase total.
Mas o problema não é somente psicológico mas, muito mais que isso, político, de militância. A relação sexual ou a possibilidade dela beneficia a outra parte, ao militante que está frente a uma, ou pode prejudica-lo se não há possibilidade que seja parte de uma relação mais estável, dinâmica e duradoura? É a pergunta que todo companheiro deve fazer antes de encarar essa relação. Concretamente, nem neste, nem em nenhum terreno, podemos atuar sem uma linha prévia, ainda que seja provisória. O militante, o marxista, também deve continuar sendo-o quando encara a solução deste problema.
Porque existem extremos onde a condição de marxistas nos exige a não satisfação das necessidades biológicas, como a fome ou o sexo ou as culturais mais primárias como a vestimenta ou a moradia. Quando os presos revolucionários fazem uma greve de fome, quando o companheiro, revolucionário vai preso, tanto ele como sua companheira, deixam de satisfazer algumas das mais prementes necessidades biológicas, mas esta repressão à sua personalidade esta totalmente justificada pelas necessidades da luta. Porque nossa moral não é uma moral de imediatez biológica, fazemos o que as necessidades biológicas nos exigem e nós damos os gostos de vida, mas com uma moral mediada por nosso método e nossa militância, que nos exige antes de qualquer ato, muito mais se este ato se situa no campo moral ou político, que tenhamos linha ainda que seja provisória.
Nada disso quer dizer que em nome de nossa moral neguemos as necessidades biológicas ou culturais. Os jovens e os velhos companheiros do partido têm todo o direito moral e individual de encarar as soluções destes problemas como quiserem, experimentando, equivocando-se, fazendo múltiplas experiências, etc., etc. Porém todas elas devem estar mediadas pela condição de militante e pelas tendências metodológicas e morais que assinalamos: ter uma linha e cuidar sempre da outra parte mais do que de si mesmo, considerar sempre as tendências ao amor e à parceria seja no terreno sexual, como para a amizade ou as necessidades do partido. Com a vestimenta ocorre o mesmo. Nós estamos a favor da elegância e que nossas companheiras façam todas as experiências no modo de se vestir, inclusive algo distante dela como a maquiagem que queiram, porém levando em conta a situação e que essa tendência à experimentação, em última instância para a beleza, não vá contra as necessidades partidárias: gastar todo o dinheiro em maquiagem ou em roupas. São tendências contraditórias, todas lícitas, mas que devem ser sintetizadas de forma concreta em cada caso partindo das tendências mais nobres e necessárias, uma delas premente, o caráter de militante do partido.
Nossa moral não é a moral dos lumpens, da imediatez, mas das infinitas mediações, com uma principal, a de militante.
Concretamente, entre o desenvolvimento e experimentação individual, em todos os terrenos, e o partido se estabelece também uma relação. O partido está à morte por esta grande conquista da humanidade que a personalidade e o individualismo que cada qual vá formando e desenvolvendo sua personalidade. Porém esta tendência progressiva não pode, nem deve atuar no vazio, como tendência determinante. Não se trata de que alguém que esteja atuando numa greve se coloque: minha maior necessidade para meu desenvolvimento cultural é aprender idiomas principalmente o inglês (necessidade política premente para quase todos os quadros partidários segundo minha opinião). Se abandonasse a direção da greve por esta razão seria um crime político e moral. É que aqui também se dá uma mediação no desenvolvimento individual, não é abstrato e sim mediado pelo desenvolvimento e necessidade do partido e da luta de classes.
O partido por sua vez, dentro de suas necessidades, deve tender, tende a que cada companheiro alcance o maior desenvolvimento individual possível, que reflitam as necessidades do próprio partido por um lado, as possibilidades do companheiro por outro. Como nos deixou dito a companheira de Cannon, o partido sempre nos dá muito mais que nós a ele. Dentro desta relação existe um amplo campo para o desenvolvimento individual frutífero, para equivocar-se, experimentar, sem prejudicar o andamento do partido e o progresso dos companheiros próximos a nós, porque são nossos camaradas, amigos, amantes, companheiros e filhos.
Existem companheiros dentro do movimento revolucionário que sustentam ou praticam uma moral: a da liberdade e o gozo. "Enquanto for um bom militante, tudo o que faço que me permita gozar a vida, especialmente as mulheres ou os homens, esta bem, ou como mínimo tenho direito a optar, provar, ser livre, totalmente livre neste terreno". A moral existencialista tão bem definida por seus ideólogos.
Nossa moral não é, nem pode ser uma moral socialista, ainda que tenha alguns elementos dela (a solidariedade e o amor pelo companheiro, superior ao que nós devemos ter para conosco mesmo). Dito de outra forma, não é uma moral para gozar racionalmente e mediada por toda a sociedade (o partido neste caso), todas as possibilidades artísticas, instintivas, corporais ou intelectuais que nos brinda abstratamente a sociedade e a natureza, neste aspecto também nossa própria natureza. Nossa moral é uma moral para a luta implacável para derrotar a um inimigo não menos implacável, os exploradores e o imperialismo.
O espontaneísmo moral é a intenção, por setores juvenis, de gozar como indivíduos da sociedade neocapitalista, ou seja, da sociedade de consumo, sem ajustar-se aos fetiches e reflexos condicionados dessa mesma sociedade.
Nós acreditamos justamente o contrário, que nossa moral não é a da opção, como os existencialistas, nem para o gozo como os espontaneístas, mas sim o da necessidade da revolução.
Isto de necessidade não é uma categoria filosófica, mas bem real. Nossa moral deve nos preparar para suportar as torturas, privações biológicas e culturais, terríveis pressões a que nos submete e continuara submetendo o implacável inimigo de classe que estamos enfrentando. Quem não assimila esta moral não é apto, nem útil para a luta. Nossa moral é para a fome, a abstenção, a de ficar com pouca roupa ou maquiagem ou diretamente sem roupa e sem maquiagem, é uma moral que tende a nos afastar da sociedade de consumo, nos opormos a ela em todas as suas facetas, incluído o do gozo, uma categoria neste momento histórico da própria sociedade neocapitalista.
Nada disto significa, tampouco, que nós praticamos a necessidade por princípio. Vivemos na sociedade de consumo em muitos países, sem situação pré ou revolucionaria, pode estabelecer-se então entre o gozo ou o consumo relativo e nossa militância, a necessidade de uma mediação, um equilíbrio. Seria ilógico, por exemplo, que nossos companheiros não tirassem férias porque há guerrilhas no Vietnã ou Venezuela. Dissolveríamos uma situação concreta, a de nossos companheiros na atual etapa da luta de classes de nosso pais, em uma lei geral abstrata: que temos uma moral de necessidade. Porque é da necessidade essencialmente da revolução e do partido no próprio país. Essa é a mediação principal. Por isso, seria um crime que o companheiro responsável da campanha pelo Vietnã, durante o verão abandonasse sua atividade porque tem que tirar férias. Ou que não apoiasse a campanha financeira pela mesma razão e além disso porque tem que comprar roupa de verão. Mas se chegasse ao extremo de não tirar férias no verão por princípio, seria uma grave erro como já assinalamos.
Como em todos os campos, também neste terreno há um enfoque sectário ou oportunista. É bom que o analisemos.
O sectarismo elimina as mediações e contradições, nos coloca uma moral abstrata, baseada em normas rígidas e permanentes, no lugar de concretas, principalmente na mais concreta dela, a interpessoal. Este sectarismo pode se dar em qualquer dos níveis: pode haver uma moral sectária de imediatez, a dos lumpens. Pode haver a das necessidades partidárias: tudo se subordina, desenvolvimento individual, aprendizagem e solução do biológico, o amor, a amizade e a parceria ao que o partido legisla, ou melhor, a direção.
Voz Proletária [2*] levou ao limite estas duas tendências ao mesmo tempo durante um bom tempo de sua existência. Toda a velha guarda partidária sabe do nosso sofrimento há alguns anos, quando tínhamos que discutir com eles, principalmente com sua direção, pelos cheiros nauseabundos provocados pela teoria-práxis que tinham naquela época: que as mais primárias necessidades biológicas deveriam ser feitas "in situ", porque conter as necessidades era um prejuízo burguês.
Paralela a esta defesa absurda de um nível do imediato, que nos provoca imenso incômodo olfativo, havia outra não menos apaixonada (que continua até hoje) e absurda do mediato, das necessidades do partido: havia que vestir, se arrumar, casar e relacionar-se como o indicava o partido. Se descartava toda possibilidade de opção, desenvolvimento, experimentação, ou seja, de conseguir, através de um processo sumamente contraditório e mediado, amigos, amores, parcerias, estilo de se arrumar e maquilar. A parceria escolhida por um ultimato partidário era policialmente vigiada pela direção, assim como suas roupas e costumes. Concretamente, entre o imediato e mediato, o partido e sua necessidades, não deixavam margens para as contradições lógicas, necessárias e positivas.
A oportunista, como sempre, é pluralista. A corrente Viñas (corrente nacionalista argentina, organizada como Movimento de Libertação Nacional), assim como distintas tendências socialistas de esquerda, têm sustentado que o problema moral é um problema individual, de cada pessoas, de cada grupo, que cada um soluciona como quer e tem vontade.
As fofocas, estes comentários de tipo pessoal, são a outra face desta moral. "Cada um faz o que quer, mas sabe que fulano fez tal farra?" É que esta moral é idêntica à dos lumpens e portanto coincide com a espontaneidade de alguns de nossos companheiros.
Nossa solução do problema está a quilômetros tanto de uma como de outra saída. Para nos há uma rígida moral, que o que tenho tratado de definir, mas ela é concreta e não abstrata, relativa e não absoluta, em uma palavra é dialética. Nossa moral não ignora, e não poderia ignorar, porque é uma parte importante da realidade, as necessidades biológicas ou culturais, o desenvolvimento individual, nem a liberdade e o prazer, mas exige que os subordine e os assimile à mediação de nossas normas morais que têm um objetivo central: a revolução e o partido.
Temos assinalado sistematicamente neste trabalho que podemos ter alguns pontos em comum com o espontaneísmo no terreno moral. Aparentemente é uma contradição, mas o é somente para quem tem uma concepção formal e abstrata da moral, não para nós que acreditamos que ela seja relativa. Concretamente, não somente coincidimos em alguns momentos com o espontaneísmo no terreno político, como também no moral.
Isto obedece tanto a razões de método como de programa. Sabemos que a aplicação programática da teoria da revolução permanente é o programa de transição. Programa esse que é político, para a ação do movimento de massas, mas que também serve como técnica para qualquer ação como ocorre com a teoria que lhe deu origem, a da revolução permanente. A ação moral não é uma exceção.
O que caracteriza o programa de transição não é somente as tarefas mínimas, transicionais e máximas. Nem tampouco o caráter dessas consignas: democráticas, econômicas, políticas, de poder, militares, etc., mas sim que algumas são negativas e outras positivas. Há anos que levantamos este problema das consignas negativas e positivas. Como tantas outras questões teóricas nunca tive a possibilidade de explora-las a fundo e desenvolvê-las. Entretanto a idéia geral simples: há consigna de caráter negativo, vão contra algo, e outras positivas, por alguma coisa. Um exemplo: Abaixo Onganía, é negativa; Por uma Constituinte, é positiva. A que mais abarca é a negativa, por isso é a que muitas vezes provoca uma mobilização revolucionária ou multitudinária. No fundo não dá saída, somente abre o caminho para as soluções positivas.
No terreno moral existem não somente consignas mínimas e de transição como também negativas e positivas. Dizemos tudo isto justamente para compreendermos nossa posição frente ao espontaneísmo. Este é um fenômeno e uma consigna relativamente positiva no político, porque suas consignas vão contra os aparatos que controlam o movimento de massas e pela independência e livre mobilização deste. Portanto entram dentro de nosso programa de transição. O "lutemos independentemente dos grandes aparatos, lutemos e lutemos como bem queremos", é a essência programática o espontaneísmo, entra como uma consigna de transição relativamente correta dentro do movimento de massas num dado momento, quando estas começam ou já estão mobilizadas por cima dos grandes aparatos. Seria um pedantismo sectário que em nome de todo nosso programa de transição não compreendêssemos, apoiássemos e incorporássemos estas consignas e movimento ao nosso próprio programa e ação neste momento.
Todas estas considerações parecem muito gerais e conhecidas. Entretanto não é assim. Existem setores no partido hoje em dia, incluindo a direção, que opõem a esta moral partidária e revolucionária, sua moral de chiqueiro. Muito mais importante que cuidar da moral dos companheiros do partido, começando pelos que devem merecer maiores considerações, os presos e feridos, está o gozo espontâneo de sua própria individualidade, de seu desenvolvimento, suas experiências, de fazer tudo que tenham vontade, de não ser esquemático, ir para frente com tudo. O grave do caso é que não é uma posição teórica, mas todo um programa moral, pelo qual se faz grande campanha e toda a prática possível.
Como todo fenômeno é total. Nesta etapa de pressões da sociedade de consumo essa moral se reflete essencialmente no terreno sexual, numa moral de consumo sexual, porém suas implicações são muito maiores e profundas. A medida que a luta de classes se agudiza, que a perseguição policial nos alerte para a realidade de que vivemos em um mundo de implacável necessidade, que exige uma moral idêntica, aparecerão as outras manifestações desta moral do gozo ou chiqueiro. Os companheiros que assumem essa moral, do gozo, que pode ser sexual ou alimentar, também demonstrarão diante da própria policia seu amoralismo, sua moral de porcos e a falta de uma moral revolucionária.
Nosso partido tem uma moral oposta. Nossos companheiros, frente às torturas policiais, têm sido os primeiros, o exemplo não só em nosso país, mas em toda a América Latina. São muitas as histórias a esse respeito. Existem graves sintomas, no momento muito débeis, de que essa moral, justamente quando mais à necessitamos, começou a mudar. Já há exemplos, muito poucos, de que somos mais paradigmas de conduta moral frente a polícia. É a outra face desta moral de chiqueiro. O que temos desenvolvido neste trabalho é a faceta interna, para dentro do partido, a outra, devido a pouca perseguição, recém começa a se manifestar, que é a moral para enfrentar a repressão.
Porque a questão de fundo saber se alguns companheiros têm se dado conta que ao entrar para o partido entram em uma confraria de perseguidos, parias da sociedade, que estão contra todos os seus valores e falta de valores, por outros valores que consideramos muito mais sólidos, dinâmicos, ricos, estáveis e em desenvolvimento. Se trata de perguntar se sabem que os espera a morte , a mutilação, a perseguição, a tortura e que estão rodeados por companheiros que esperam, por sua concepção revolucionária, tranqüilamente por todas estas perspectivas. Se trata de saber se sabem que pouco tempo para o gozo e que este tem que ser conseguido como em uma cidade sitiada por um inimigo implacável, a que nos exigem ser sumamente cuidadosos, porque todos devem sacrificar-se para manter a moral alta de nossa confraria, sitiada, esfomeada, perseguida. Se trata, enfim, de saber se dão conta que queremos relações interpessoais entre aqueles que coincidem nesta guerra e nesta situação, porque senão se tornam sumamente perigosas porque podem atentar contra o desenvolvimento dessa luta implacável, que não dá chance. Se trata de saber se são conscientes de que não temos nada a ver com a moral dos porcos, das ovelhas e do gado, que nossa moral é uma moral límpida, revolucionária, que exige tudo do militante, e que às vezes em casos extremos, até a frustração de suas necessidades biológicas e sempre a máxima consideração para com o companheiro, o irmão de luta. Se trata, por último, de saber se se dão conta de que temos uma moral revolucionária.
Notas:
[2*] Jornal do POR Posadista (voltar ao texto)
Inclusão | 12/09/2009 |