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Primeira Edição: in Der Briefwechsel zwischen F. Engels und K. Marx, Stuttgart, 1913.
Tradução: Diego Grossi Pacheco.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, janeiro 2008.
[Londres], 20 de Junho de 1866.
. . . Ontem houve uma discussão no Conselho do Internacional sobre a guerra atual[1]. Previamente tinha sido anunciado que nossos aposentos estavam cheios de gente. Os cavalheiros italianos também enviaram novamente os seus representantes. Os debates diminuíram, como era de se espera, para o problema das "nacionalidades" em geral e sobre nossa atitude quanto a esta. Sexta-feira que vem continuará a discussão deste problema.
Os franceses que eram muitos, não esconderam a antipatia sincera para com os italianos.
Os representantes do França"[2] (não operários) defenderam o ponto de vista que toda a nacionalidade e a própria nação são “preconceitos antiquados”. Stirnerismo Proudhoniano. Dividir tudo em pequenos “grupos” ou “comunas” que formam uma "aliança" posteriormente, mas não um Estado. E enquanto se produz a individualização da humanidade se desenvolve o correspondente mutualismo, a história deverá parar em todos os demais países e o mundo inteiro terá que esperar que os franceses amadureçam para a revolução social. Então farão ante nossa vista esta experiência e todo o mundo restante, conquistado pela força do exemplo, farão a mesma coisa. Isso é exatamente o que Fourier esperava de seu falanstério exemplar. Em geral esses que complicam o problema social com superstições do velho mundo são reacionários.
Os ingleses riram muito quando eu comecei meu discurso dizendo que nosso amigo Lafargue e outro havia abolido as nacionalidades nos falavam “em francês”, quer dizer, em um idioma incompreensível para 9/10 dos reunidos. Mais tarde eu insinuei Lafargue, sem perceber isto, entende, aparentemente, por negação das nacionalidades sua absorção para a exemplar nação francesa.
Em geral, a situação é agora muito difícil, por enquanto é necessário combater na mesma medida a estúpida italofilia inglesa e a equivocada polêmica francesa com ela e, em particular, evitar toda a manifestação que possa levar a nossa Associação ao caminho da unilateralidade.
Saúde.
Seu K. Marx
Notas:
[1]. Guerra Austríaco-Prusiana de 1866. O problema desta guerra foi discutido nas reuniões do Conselho Geral da Internacional Operária, celebrada nos dias 19 e 26 de junho, e 17 de julho de 1866 de julho. [Nota do MIA]. (retornar ao texto)
[2]. Marx denomina assim, ironicamente a juventude estudantil francesa que era influenciada pelas idéias de Proudhon. [Nota Editorial] (retornar ao texto)
Inclusão | 31/01/2008 |