Sobre a Eliminação do Dogmatismo, do Formalismo e o Estabelecimento do Juche no Trabalho Ideológico

Kim Il Sung

28 de Dezembro de 1955


Primeira edição: Discurso pronunciado aos trabalhadores do campo propagandista do Partido em 28 de dezembro de 1955.
Fonte: https://www.marxists.org/archive/kim-il-sung/1955/12/28.htm
Tradução: José Victor Rio Tinto
Transcrição: Diego Grossi
HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: Licença Creative Commons licenciado sob uma Licença Creative Commons.

Hoje eu quero dirigir algumas observações a vocês sobre as deficiências no trabalho ideológico do nosso Partido e sobre como eliminá-las no futuro.

Como vocês aprenderam na sessão de ontem, houve erros ideológicos graves na frente literária. É óbvio, então, que o nosso trabalho de propaganda também não pode ter sido impecável.

É de lamentar que o nosso trabalho de propaganda tenha sofrido em muitos aspectos com o dogmatismo e o formalismo.

As principais deficiências no trabalho ideológico se dão pela falta de um mergulho profundo em todas as questões e a ausência da ideia Juche. Pode não ser adequado dizer que a ideia Juche é ausente, mas, na verdade, ela ainda não foi firmemente estabelecida. Este é um assunto sério. Temos de corrigir completamente esta lacuna. Enquanto este problema não for resolvido, não podemos esperar bons resultados no trabalho ideológico.

Por que o nosso trabalho ideológico sofre com o dogmatismo e o formalismo? E por que os nossos propagandistas e agitadores deixam de aprofundar questões, apenas enfeitando a fachada, e por que eles simplesmente copiam e memorizam as coisas estrangeiras, em vez de trabalhar criativamente? Isso nos oferece alimento para uma reflexão séria.

O que é a ideia Juche em nosso trabalho ideológico do Partido? O que estamos fazendo? Não estamos empenhados em uma revolução de qualquer outro país, mas precisamente na revolução coreana. Esta, a revolução coreana, constitui a ideia Juche no trabalho ideológico do nosso Partido. Portanto, todo o trabalho ideológico deve ser subordinado aos interesses da revolução coreana. Quando estudamos a história do Partido Comunista da União Soviética, a história da revolução chinesa, ou a verdade universal do marxismo-leninismo, é tudo com a finalidade de realizar corretamente nossa própria revolução.

Ao dizer que o trabalho ideológico do nosso Partido carece da ideia Juche, eu não quero dizer, é claro, que não fizemos a revolução ou que o nosso trabalho revolucionário foi realizado porpor acaso. No entanto, o Juche não foi firmemente estabelecido no trabalho ideológico, o que nos leva a erros dogmáticos e formalistas e faz muito mal à nossa causa revolucionária.

Para fazer a revolução na Coreia devemos conhecer a história e a geografia coreana e conhecer os costumes do povo. Só assim é possível educar o nosso povo de uma forma que lhes convém e inspirar-lhes um amor ardente ao seu lugar de origem e sua pátria.

É de suma importância estudar e divulgar amplamente entre os trabalhadores, a história do nosso país e da luta do nosso povo, antes de mais nada.

Esta não é a primeira vez que levantaram esta questão. Já em outono de 1945, ou seja, imediatamente após a libertação, enfatizamos a necessidade de estudar a história da luta da nossa nação e herdar suas tradições. Somente quando nosso povo é educado na história da sua própria luta e suas tradições, pode o seu orgulho nacional ser estimulado e as grandes massas serem despertadas para a luta revolucionária.

No entanto, muitos dos nossos funcionários são ignorantes sobre a história do nosso país, e por isso não se esforçam para descobrir e levar adiante suas tradições. A menos que isso seja corrigido, isso irá levar, a longo prazo, à negação da história coreana.

Os erros cometidos recentemente por Pak Chang Ok e outros, também, podem ser atribuidos à sua negação da história do movimento literário coreano. Eles fecharam os olhos para a luta dos bons escritores do "FAPC" Federação de Artistas Proletários Coreanos - e às obras esplêndidas de Pak Yon Am, Chong Da San e outros estudiosos e escritores progressistas do nosso país. Dissemos a eles para fazer um estudo profundo das coisas e dar-lhes ampla publicidade, mas eles não o fizeram.

Hoje, dez anos depois da libertação, temos todas as condições de reunir materiais sobre nosso legado literário e aproveitá-los. No entanto, os trabalhadores do campo propagandista permanecem totalmente indiferentes a isso.

Na V Plenária do Comitê Central do Partido, foi decidido divulgar ativamente a história da luta do nosso povo e seu valioso patrimônio cultural, mas os trabalhadores do campo da propaganda não conseguiram fazê-lo. Eles inclusive chegaram a proibir os jornais de publicar artigos sobre a luta antijaponesa do povo coreano.

O Incidente Estudantil de Kwangju, por exemplo, foi uma luta de massas na qual dezenas de milhares de jovens coreanos e estudantes se levantaram contra o imperialismo japonês; que desempenhou um papel importante para inspirar o espírito anti-japonês em amplas camadas da juventude coreana. Por rotina, devemos divulgar amplamente esse movimento e educar jovens e estudantes no espírito corajoso de luta de seus precursores. Nossos propagandistas não conseguiram fazê-lo. Em vez disso, Syngman Rhee tem vindo a fazer propaganda deste movimento em seu favor. Isso criou uma falsa impressão de que os comunistas desconsideram as tradições nacionais, o que é uma coisa perigosa! Será impossível para nós conquistar a juventude sul-coreana se continuarmos a trabalhar desta forma.

Até agora, nada se fez em relação a isso, embora ninguém jamais tenha feito nenhuma proibição. Os jornais não escrevem nada sobre este sucesso, nem se celebra nenhuma reunião para comemorá-la. Coisas como o Incidente de Kwangju devem ser levadas a cabo pela União Democrática da Juventude. O Incidente estudantil de Kwangju é um excelente exemplo da luta da juventude e dos estudantes do nosso país contra o imperialismo.

O mesmo deve ser dito da Manifestação Independentista do 10 de Junho. Esta foi outra ação combativa das massas em que o povo coreano se ergueu contra o imperialismo japonês. É verdade que a luta foi muito prejudicada pelos fracionistas que entraram nela. Considerando que, mesmo após a libertação, a corja espiã de Pak Hon Yong e Ri Sung Yop penetrou em nossas fileiras, naqueles dias os fracionistas poderiam realizar atividades subversivas mais facilmente. Mas, mesmo assim, foi a luta em si errada? Não, não foi. Embora a luta tenha terminado em fracasso por causa de alguns maus elementos que tinham se infiltrado em seu caminho para a liderança da organização, não podemos negar o seu carácter revolucionário; devemos aprender com as falhas.

Nenhuma publicidade foi dada ao Levante Popular do 1º de Março. Se você trabalha desta maneira, você não pode esperar conduzir , ao longo do caminho certo , as pessoas progressistas que têm uma consciência nacional, muito menos os comunistas. A falta de liderança de um Partido Comunista foi a principal causa do fracasso do Levante. Mas quem pode negar o fato de que foi um movimento de resistência nacional contra o imperialismo japonês? Devemos explicar ao povo o significado histórico deste movimento e educá-los com suas lições.

Muitos movimentos revolucionários do passado terminaram em fracasso no nosso país por causa dos canalhas que conseguiram instalar-se na liderança deles, mas não se pode negar as lutas travadas pelo povo nessas ocasiões. As massas populares sempre lutaram com coragem. Pak Chang Ok pode ter negado isto arbitrariamente. Mas nenhum verdadeiro marxista-leninista ousa negar façanhas do povo em suas lutas.

Quando perguntei a Pak Chang Ok e seus seguidores porque eles rejeitaram a FAPC, eles responderam que fizeram isso porque alguns renegados estavam envolvidos nela. Será que eles queriam dizer que a FAPC, em que o camarada Li Gi Yong e outros escritores proletários proeminentes do nosso país desempenharam funções principais, era uma organização sem importância? Devemos valorizar as façanhas realizadas pela FAPC na luta.

Com que valores poderemos realizar a revolução, quando se nega a história de luta de nosso povo? Se deixarmos de lado todas essas coisas, isso significaria que o nosso povo não fez nada. Há muitas coisas para se orgulhar, no passado, em movimentos camponeses do nosso país. Nos últimos anos, no entanto, não existem artigos que tratam deles em nossos jornais.

Nas escolas, também, existe uma tendência a subestimar as lições sobre a história da Coreia. Durante a guerra, o programa da Escola Central do Partido alocou 160 horas por ano para o estudo da história do mundo, mas muitas poucas horas foram dadas a história coreana. Esta é a forma como as coisas eram feitas na escola do partido, e por isso é muito natural que os nossos funcionários careçam de conhecimento sobre a história do seu próprio país.

Em nosso trabalho de propaganda e agitação, existem inúmeros exemplos em que só exaltamos as coisas estrangeiras, enquanto negligenciamos as nossas próprias.

Uma vez eu visitei casa de férias do Exército Popular, havia uma pintura de uma paisagem siberiana na parede. Essa paisagem provavelmente agrada aos russos. Mas o povo coreano prefere a bela paisagem do nosso próprio país. Existem belas montanhas, como os montes Kumgang e Myohyang no nosso país; riachos límpidos, o azul do mar com suas ondas e os campos cheios de grãos maduros. Se queremos inspirar nos militares do Exército Popular um amor por seu lugar de origem e de seu país, devemos mostrar-lhes imagens de tais paisagens do nosso país. fasa

Um dia, neste verão, fui visitar um salão de publicidade democrática local e vi que ali estavam em exibição diagramas do Plano Quinquenal da União Soviética, mas não um único diagrama ilustrando o Plano Trienal do nosso país. Além disso, havia imagens de enormes fábricas de países estrangeiros, mas não havia um único das fábricas que estamos reabilitando ou construindo. Eles nem sequer colocaram qualquer diagrama ou foto de nossa construção econômica, muito menos estudaram a história do nosso país.

Eu observei em uma escola primária que todos os retratos pendurados nas paredes eram de estrangeiros, como Mayakovsky, Pushkin, etc., e não havia nenhum dos coreanos. Se as crianças são educadas desta forma, como podem vir a ter orgulho nacional?

Aqui está um exemplo ridículo: Quando se edita um panfleto, se imita o modo estrangeiro, pondo o índice no final. Devemos aprender, como uma coisa natural, as experiências positivas da construção socialista, mas por que temos que incorporar o índice no final do panfleto, imitando o estrangeiro? Isso não atende ao gosto dos coreanos. Rotineiramente, devemos colocá-lo na frente de um livro, não deveríamos?

Em livros escolares, também, o material não é extraído das nossas obras literárias, mas a partir das estrangeiras. Tudo isto é devido à falta do Juche.

A falta do Juche no trabalho de propaganda tem feito muito mal ao trabalho do partido.

Pela mesma razão, muitos companheiros não respeitam nossos revolucionários. Atualmente, mais de 100 companheiros que participaram da luta revolucionária no passado estão frequentando a Escola Central do Partido; mas até pouco tempo estavam enterrados na obscuridade.

Enviamos muitos revolucionários para o Ministério do Interior, mas muitos deles foram demitidos, alegando-se que eles eram incompetentes. Na Escola Central do Partido, uma vez eu conheci um camarada que anteriormente tomou parte nas atividades revolucionárias; ele havia sido rebaixado como chefe de uma estação de serviço do interior do distrito por oito anos. Isto é uma atitude bastante imprópria para revolucionários.

Hoje em dia, os nossos funcionários têm se tornado tão insolentes que não mostram respeito pelos seus antecessores. Foi permitido que adotassem tal hábito, enquanto que os comunistas possuem, por natureza, uma moral mais elevada do que outras pessoas, e sentem grande estima por seus antecessores revolucionários.

No nosso Exército Popular uma luta vigorosa tem sido travada para defender as tradições revolucionárias e, como resultado, a maioria das pessoas que tinham tomado parte em atividades revolucionárias tornaram-se comandantes regimentais ou departamentais.

Se não tivéssemos organizado o Exército Popular com velhos quadros revolucionários como núcleos, qual teria sido o resultado da última guerra? Teria sido impossível para nós derrotar o inimigo e ter uma grande vitória em condições tão difíceis.

Durante a nossa retirada alguns estrangeiros previram que a maioria de nossas unidades do exército, presas pelo cerco inimigo, não seriam capazes de voltar. Mas estávamos firmemente convencidos de que todas elas conseguiriam. Em verdade, todas elas retornaram, com exceção dos mortos. Os estrangeiros ficaram muito impressionados com isso e disseram que haviam poucos exércitos como o nosso no mundo. Como isso aconteceu? A explicação é que os nossos quadros do exército eram camaradas que no passado tinham tomado parte em guerra de guerrilhas ou em movimentos revolucionários locais. É precisamente por isso que o nosso exército é forte.

Dez anos se passaram desde que o nosso partido foi fundado. Portanto, os membros do partido devem, naturalmente, ser educados com a história do nosso Partido. Se os nossos funcionários não são educados pela história revolucionária do nosso país, eles não serão capazes de levar adiante nossas tradições revolucionárias, nem serão capazes de perceber qual direção tomar em suas atividades revolucionárias.

Devemos estudar as nossas próprias coisas honestamente e conhecê-las bem. Caso contrário, seremos incapazes de resolver de forma criativa, de acordo com nossas condições reais, os novos problemas que nos confrontam um após o outro na prática.

Certamente, a forma do nosso poder deve corresponder as condições específicas do nosso país. Será que o poder de nosso povo têm exatamente a mesma forma que em outros países socialistas? Não, não tem. Eles são semelhantes no sentido em que todos se baseiam em princípios marxistas-leninistas, mas suas formas são diferentes. Sem dúvida, a nossa plataforma, também, está em consonância com as realidades do nosso país. Nossa plataforma de 20 pontos é o desenvolvimento do Programa da Associação para a Restauração da Pátria. Como todos sabem, a Associação para a Restauração da Pátria existia antes de nosso país ser libertado.

Nossos funcionários muitas vezes cometem erros devido à falta de compreensão clara desses assuntos.

Algumas pessoas ainda acham estranho que o movimento cooperativo agrícola esteja a progredir rapidamente em nosso país. Não há nada de estranho nisso. Antes, a base econômica do campesinato coreano era muito fraca, o movimento camponês se desenvolveu sob o domínio do imperialismo japonês, e os camponeses adquiriram firmemente o espírito revolucionário. E mais, os camponeses foram preparados politicamente através da construção democrática depois da libertação e durante a amarga guerra. Assim, é natural que o movimento cooperativo agrícola esteja fazendo um rápido progresso em nosso país hoje.

O camarada Pak Yong Bin, ao voltar da União Soviética, disse que a URSS estava seguindo a linha de alívio da tensão internacional, e também deveríamos suavizar nosso slogan contra o imperialismo americano. Tal afirmação não tem nada a ver com a vigilância revolucionária. Os imperialistas norte-americanos queimaram nossa terra, abateram em massa nosso povo inocente, e ainda estão ocupando a metade sul do nosso país. Eles são o nosso maior inimigo, não são?

É verdadeiramente ridículo crer que a luta de nosso povo contra os imperialistas americanos se opõe aos esforços do povo soviético em aliviar a tensão internacional. A convicção e a luta de nosso povo contra a política agressiva dos imperialistas americanos contra a Coreia não contradizem, mas contribuem com a luta dos povos do mundo pelo enfraquecimento da tirania internacional e pela defesa da paz. Ao mesmo tempo, a luta par suavizar essa tensão, luta do povo soviético e de outros povos amantes da paz, cria condições mais favoráveis a luta anti-imperialista do nosso povo.

Pak Chang Ok foi ideologicamente ligado ao escritor burguês reacionário Li Thae Jun, porque não estudou a história do nosso país e nossas realidades. Além dos restos da ideologia burguesa em sua mente, ele teve a ideia presunçosa que ele sabia de tudo, mesmo sem estudar as realidades do nosso país. Consequentemente, as coisas deram errado. O dano que ele fez para o nosso trabalho ideológico é muito grave.

Após a libertação, ele e sua turma disseram que Ri Kwang Su era um homem talentoso, e que, portanto, seria aconselhável dar-lhe destaque. Mas eu indiquei que seria um erro fazê-lo. Ri Kwang Su escreveu um romance intitulado “A esposa de um revolucionário”, no qual ele insultou os revolucionários saídos da prisão. Ri Kwang Su também disse que o povo coreano e os imperialistas japoneses vieram de “uma única e mesma ancestralidade e raiz”. Por isso, eu disse a eles que era totalmente impensável dar destaque a este homem, e nunca permiti que isso fosse feito.

Alguns camaradas que trabalham no Departamento de Propaganda do Partido tentaram copiar mecanicamente a União Soviética, em todos seus trabalhos. A razão disso é que não tinham a intenção de estudar as nossas realidades e faltava o verdadeiro espírito marxista-leninista de educar as pessoas em nossos próprios méritos e as tradições de nossa revolução. Muitos companheiros engoliram o marxismo-leninismo em vez de digerir e assimilar. Por isso, é evidente que eles são incapazes de demonstrar iniciativa revolucionária.

Até agora não se conseguiu organizar bem um estudo sistemático da história de nosso país e de nossa cultura nacional. Se passaram dez anos desde a libertação. E, no entanto, não se tem abordado esse assunto de forma efetiva, e sim de forma escassa. Antes carecíamos de quadros, mas agora temos estudiosos, fundos e materiais, e temos condições suficientes para essa condução. Isso é perfeitamente possível se fizermos um bom estudo e organizarmos o trabalho. Todos os esforços devem ser feitos para descobrir os nossos legados nacionais e desenvolvê-los. É verdade, devemos ser ativos na aprendizagem do que é internacionalmente progressivo, mas devemos desenvolver nossas melhores coisas, na medida em que introduzimos nossa cultura avançada. Caso contrário, o nosso povo vai perder a fé na sua própria capacidade e se tornará um povo covarde que só tenta copiar os outros.

Alguns, ao nos ouvir falar da necessidade de estabelecer o Juche, poderiam interpretar-nos ingenuamente e formar a ideia equivocada de que não há necessidade de aprender com o estrangeiro, mas isso está longe de ser um acerto. Devemos aprender com as boas experiências de países socialistas.

A questão essencial é saber para que aprendemos. O objetivo que buscamos na aprendizagem é aproveitar corretamente a experiência avançada da União Soviética e outros países socialistas, para nossa revolução coreana.

Durante a guerra, Ho Ka I, Kim Jae Uk e Pak Il U uma vez discutiram estupidamente sobre os problemas de como continuar o trabalho político no exército. Aqueles da União Soviética insistiram no método Soviético e os da China se prenderam ao método chinês. Então, eles brigaram, alguns defendendo o modelo Soviético e os outros a maneira chinesa. Isso tudo era pura bobagem.

Não importa se você usa a mão direita ou a esquerda, se você usa uma colher ou pauzinhos na mesa. Não importa o quanto você come, é tudo a mesma coisa na medida em que o alimento é colocado em sua boca, não é? Qual é a necessidade de fazer uma disputa sobre modelos em tempo de guerra? Quando usamos o trabalho político para fortalecer Exército Popular e ganhar batalhas, qualquer método servirá desde que o nosso objetivo seja alcançado. No entanto, Ho Ka I e Pak Il U discutiam entre si por semelhantes detalhes. Isso só enfraquece a disciplina no seio do Partido. Naquele tempo o Comitê Central do Partido sustentou que devemos aprender todas as coisas boas, tanto da União Soviética quanto da China e, com base nisso, elaborar um método de trabalho político adequado às condições reais de nosso país.

O que importa é o trabalho de absorver a verdade revolucionária, a verdade marxista-leninista, e aplicá-la corretamente às circunstâncias reais de nosso país. Não pode ser determinado nenhum princípio que nos obrigue a seguir o padrão soviético. Alguns defendem o modelo Soviético e outros, os chineses, mas não é hora de trabalhar a nossa própria?

O ponto é que não devemos copiar mecanicamente formas e métodos da União Soviética, mas devemos aprender com a sua experiência na luta e na verdade marxista-leninista. Assim, ao mesmo tempo aprendemos com a experiência da União Soviética, não é necessário insistir muito no modelo, mas insistir em absorver o essencial de suas experiências.

Mas, quando se aprende com a experiência da União Soviética, há uma marcada inclinação a seguir unicamente os modelos. Uma vez, o jornal Pravda publicou uma manchete “Um dia no nosso país” e nosso Rodong Sinmun carrega o mesmo título: “Um dia no nosso país” Qual a necessidade de copiar até mesmo esse tipo de coisa? O mesmo acontece para a roupa. Se temos vestidos coreanos elegantes para nossas mulheres, por que elas irão desvalorizá-los e andar com outros que não as interessa? Não há necessidade de fazer isso. Eu sugeri aos quadros da União de Mulheres que tomemos cuidado para que nossas mulheres se vistam com roupas coreanas tanto quanto possível.

Não aprender a verdade marxista-leninista, e só copiar outros modelos é totalmente inútil e prejudicial.

Tanto na luta revolucionária como em trabalho de construção, devemos aderir firmemente aos princípios marxistas-leninistas, aplicá-los de forma criativa para se adequar às condições específicas do nosso país e nossas características nacionais.

Se aplicarmos mecanicamente experiências estrangeiras, desconsiderando a história do nosso país e as tradições do nosso povo e sem ter em conta as nossas próprias realidades e o grau de preparação do nosso povo, os erros dogmáticos resultarão em muito dano à causa revolucionária. Fazer isso não representa fidelidade ao marxismo-leninismo, nem ao internacionalismo; é contrariar a eles.

Marxismo-leninismo não é um dogma, é um guia para a ação e teoria criativa. Assim, o marxismo-leninismo pode exibir a sua vitalidade indestrutível somente quando aplicado de forma criativa para se adequar às condições específicas de cada país. O mesmo se aplica à experiência dos partidos irmãos. Ele irá revelar-se útil para nós somente quando nós fizermos um estudo sobre isso, captar a sua essência e aplicá-la devidamente às nossas realidades. Em vez disso, se engolimos sem assimilar e estragamos o trabalho, não só será nocivo para nosso trabalho, mas repercutirá negativamente para a valiosa experiência de nossos partidos irmãos.

Creio que seja necessário tratar sobre o internacionalismo e o patriotismo em relação com o problema do estabelecimento do Juche.

O Internacionalismo e o patriotismo são inseparavelmente ligados uns com os outros. Devemos estar conscientes de que o amor dos comunistas coreanos por nosso país, não se contrapõe ao internacionalismo proletário, e sim se adéqua perfeitamente a ele. Amar a Coreia significa amar também a União Soviética e o campo socialista e, igualmente, a amar a União Soviética e o campo socialista significa amar precisamente a Coreia. Isso constitui uma completa unidade. A questão é que a causa dos trabalhadores não tem fronteiras, e nossa revolução faz parte da causa revolucionária da classe trabalhadora de todo o mundo. A única meta suprema da classe trabalhadora de todos os países é a construção de uma sociedade comunista. A diferença, se houver, está apenas no fato de que certos países fazem isso mais cedo e outros mais tarde.

Seria errado defender o patriotismo isoladamente e negligenciar a solidariedade internacionalista. Para a vitória da revolução coreana e para a grande causa da classe operária internacional, devemos reforçar a solidariedade com o povo soviético, o nosso libertador e ajudante, e com os povos de todos os países socialistas. Este é o nosso dever internacionalista sagrado. O povo soviético, por sua parte, esta fazendo todo o possível para consolidar a solidariedade não só com os países do campo socialista, mas também com a classe trabalhadora de todo o mundo, tanto para a construção comunista do seu país como também para a vitória da revolução mundial.

Assim, patriotismo e internacionalismo são inseparáveis. Aquele que não ama seu próprio país não pode ser fiel ao internacionalismo, e quem é infiel ao internacionalismo não pode ser fiel ao seu próprio país e povo. Um verdadeiro patriota é precisamente um internacionalista.

Se deixarmos de lado tudo que é bom no nosso país e só copiarmos e memorizarmos as coisas estrangeiras no trabalho ideológico, isso certamente trará prejuízos para a nossa revolução, e, assim, impedir-nos de realizar nossas obrigações internacionalistas à causa revolucionária internacional.

No relatório ao Segundo Congresso do Partido, citei a seguinte passagem da declaração do comandante soviético publicada no primeiro dia da sua entrada em nosso país:

“Povo coreano... Você tem sua felicidade em suas próprias mãos... O povo coreano deve ser o criador de sua própria felicidade”.

Esta afirmação é perfeitamente correta, e se não formos capazes de agir em conformidade, poderemos perder amplos segmentos das massas.

O formalismo de nossos propagandistas também se manifesta em sua mania de exagerar as coisas. Por exemplo, essas expressões bombásticas como “Todos se levantaram”, “Todos foram mobilizados”, etc., têm sido modelo em discursos e artigos.

Advertimos Pak Chong Ok mais de uma vez sobre essa prática. Pak Chang Ok cometeu erros, porque ele não poderia romper com o hábito de usar a palavra “Todos”. Mais tarde, ele acrescentou o sufixo superlativo "ísimo" a palavra "grandioso", utilizando "grandiosíssimo", assim como utilizava a seu capricho o adjetivo “grande” a qualquer vocábulo. Não sabemos se isso se deve a sua ignorância aos caracteres chineses ou ao seu errado ponto de vista ideológico.

Quando o trabalho de propaganda é conduzido com tal exagero sem qualquer conteúdo, ele leva as pessoas a se levarem pela vitória e se tornarem acomodadas. Esta má prática também é responsável pelos relatórios falsos entregues por funcionários de níveis mais baixos.

O uso de um adjetivo pode parecer uma questão simples, mas, quando utilizado indevidamente pode adoecer nosso trabalho. No futuro, tal prática deve ser interrompida completamente.

Agora, irei me referir a alguns outros problemas imediatos do trabalho ideológico.

O Comitê Central do Partido emitiu um material sobre o caráter e as tarefas de nossa revolução para facilitar o estudo dos documentos da Plenária de Abril. Então, eu não vou fazer mais nenhum comentário sobre este assunto.

Eu gostaria de salientar mais uma vez as perspectivas da revolução em nosso país. Nossa revolução tem duas perspectivas. Uma delas é a reunificação pacífica do nosso país, e a outra, a reunificação sob as condições em que as forças do imperialismo seriam fortemente enfraquecidas por uma grande guerra.

Nós, é claro, temos nos esforçado com todas as nossas forças para realizar a primeira perspectiva.

Nossa luta pela reunificação pacífica do nosso país se resume a dois pontos — continuar a construção com êxito na metade norte e conduzir o trabalho político eficaz na metade sul. Se fortificarmos a base democrática, promovendo a construção socialista na metade norte e despertarmos as pessoas na metade sul para a luta de libertação através do trabalho político efetivo direcionado a metade sul, a reunificação pacífica do nosso país pode ser realizada.

Trabalho político direcionado a metade sul significa fortalecer a influência da metade norte e induzir suas grandes massas populares a nos apoiar. Para isso, a construção socialista na metade norte deve ser realizada com êxito. O padrão de vida das pessoas deve ser aumentado e a base econômica reforçada na metade norte através da construção econômica bem sucedida, e todo o povo deve se reuniram em torno do nosso Partido. Então, não importa o quão desesperadamente Syngman Rhee tentar, ele nunca será capaz de amortecer o espírito de luta do povo da metade sul que está constantemente inspirada pela construção socialista na metade norte.

Um sul-coreano chegou ao norte, há algum tempo, e disse:

“Syngman Rhee diz em sua propaganda que a metade norte tem uma população de apenas 3 milhões e não há nada em Pyongyang, mas montes de cinzas. Mas eu vi aqui que a ponte sobre o rio Taedong foi restaurada ao seu estado anterior e Pyongyang está sendo transformada em uma cidade muito mais bela. Syngman Rhee disse uma mentira colossal”.

Isto é o que vai acontecer se a construção triunfar.

Em 1948, quando uma conferência conjunta de Partidos políticos e organizações sociais do Norte e Sul realizou-se, nós não havíamos feito muitas coisas na construção na metade norte. Mas até as personalidades direitistas da Coreia do Sul veio até nós, com exceção de Syngman Rhee e Kim Song Su. A conferência conjunta foi de grande importância. Muitos daqueles que vieram para a metade norte permaneceram aqui.

Isto é o que Kim Ku disse:

“Eu gosto da Coreia do Norte. Tenho visto muitos comunistas, tanto em Xangai como também na Coreia do Sul (se ele conheceu algum, eles devem ter sido os do grupo Hwayo ou ao grupo M-L), mas comunistas norte-coreanos são diferentes. Eu pensava que os comunistas eram pessoas de mente estreita e maus, mas eu encontrei aqui neste momento, que vocês são pessoas de mente aberta e generosos, com quem eu posso cooperar plenamente, vou cooperar com vocês por todos os meios. Estou velho agora, e não tenho nenhuma ambição de poder. Se eu não voltar para a Coreia do Sul, Syngman Rhee certamente dirá que fui detido, e é o meu desejo voltar e difundir às coisas boas que tenho visto aqui. Então eu tenho que voltar de qualquer maneira. Não pense que eu vou colaborar com os Yankees. Quando eu voltar aqui mais tarde, por favor me dê um pomar de maçã, já que meu único desejo é viver em paz no campo para o resto da minha vida ”.

Kim Gyu Sik, também, falou algo parecido. Depois disso, Kim Gu lutou contra os Yankees.

Como todos sabem, Kim Gu era um nacionalista. Desde o início ele combateu tanto o imperialismo quanto o comunismo, e veio até nós com a intenção de negociar com os comunistas. Se até mesmo Kim Gu que havia considerado o comunismo como um inimigo mudou seu ponto de vista sobre nossos esforços para construir o país, é fácil e imaginar o que os trabalhadores, camponeses, e as figuras públicas com uma consciência nacional na Coreia do Sul vão pensar assim que vierem ver a metade norte.

Antes da libertação, apenas ouvir falar que na União Soviética a classe trabalhadora detinha o poder e estava construindo o socialismo nos fez ansiar ilimitadamente a União Soviética, onde nós nunca tínhamos ido. Como, então, não vai o povo sul-coreano simpatizar com a construção socialista do povo da parte norte, quando somos uma mesma nação?

É por isso que o êxito na construção na metade norte é mais importante do que qualquer outra coisa.

Quando o povo sul-coreano se levantar contra o imperialismo norte-americano e contra o regime de dominação de Syngman Rhee, consequência da vitoriosa construção socialista da parte norte e com uma efetiva política dirigida na parte sul, a reunificação de nosso país poderá realizar-se pacificamente.

Este é o fator interno que possibilita a reunificação pacífica do nosso país.

O fator externo condutor para a reunificação pacífica do país deve também ser levado em consideração. Se formos bem sucedidos na manutenção da paz, por um período de cinco a dez anos, a China, com seus mais de 600 milhões de habitantes, vai crescer incomparavelmente, para não mencionar a União Soviética, e o poder de todo o campo socialista será reforçado.

Em paralelo com o crescimento do poder do campo socialista, o movimento de libertação nacional dos povos dos países coloniais e dependentes tem sido cada vez mais intensificado, e muitos países alcançaram a independência nacional. Os povos da Índia, Indonésia, Birmânia e outros estados independentes na Ásia e os povos dos países árabes estão lutando pela paz contra a agressão imperialista.

Tudo isso constitui um golpe demolidor contra o imperialismo, especialmente contra o imperialismo americano. Quando as forças da paz, da democracia e do socialismo crescerem fortemente, os imperialistas norte-americanos finalmente serão expulsos da Coreia.

É claro, a luta pela reunificação pacífica do país é árdua e prolongada. Mas quando nosso poder for maior, e as forças da paz, da democracia e do socialismo se reforcem a nível internacional, seremos capaz de alcançar a reunificação pacífica. Esta é uma perspectiva do desenvolvimento da revolução na Coreia e da reunificação do país.

O problema da reunificação do país também podem ser resolvido, não por meios pacíficos, mas pela guerra. Se os imperialistas desencadeiam uma guerra em escala mundial, nos veremos forçados a tomar as armas, e então seria perfeitamente possível para nós lutar e derrotar os imperialistas norte-americanos na Coreia com nossa própria força. Embora, seja um pouco difícil, para nós, lutar contra o imperialismo americano sozinhos, somos capazes de derrotá-los com bastante facilidade quando ele se ver obrigado a dispersar suas forças pelo mundo. Nesse caso, vamos varrer as forças do imperialismo americano da Coreia e conseguiremos a reunificação do país. Esta é a outra perspectiva do desenvolvimento da revolução coreana e a reunificação do país.

Nós, no entanto, não desejamos essa perspectiva. Nós desejamos a primeira perspectiva, isto é, a reunificação por meios pacíficos, e estamos lutando para a sua realização.

Não importa o modo como a reunificação aconteça, é mais importante do que qualquer outra coisa fortalecer nosso Partido e o espírito dos seus membros.

Caso comecem as negociações entre o norte e o sul, e em seguida, as barreiras entre nós sejam derrubadas e passemos a trabalhar com os sul-coreanos, avançariam bem as coisas se nosso partido não fosse forte? Somente quando o nosso partido for forte, ele poderá tirar proveito de uma situação tão favorável.

No que diz respeito a proporção de seus membros, nosso partido conta no momento com 1 milhão de filiados, que numa população de 10 milhões de habitantes, representam 10%. Essa proporção não é pequena, mas quando a comparamos com a população total da Coreia, 30 milhões de habitantes, a cifra de 1 milhão não é de forma alguma grande.

Na Coreia do Sul o crescimento da força do Partido tem sido seriamente limitado, porque o movimento clandestino se realiza em circunstâncias extremamente difíceis.

Após a reunificação, será difícil continuar nosso trabalho com um pequeno número de membros do partido, ainda que seu número também cresça na Coreia do Sul. Será errado preparar desde agora grande número de membros na parte norte para que, depois que se reunifique o país, sejam destinados a trabalhar proporcionalmente tanto aqui como no sul? Não há nada de errado nisso. No entanto, quando se celebrou a Quarta Plenária do Comitê Central do Partido, Ho Ka I insistiu que o partido feche suas portas, apesar do fato de que ele teve uma adesão de mais de 600.000. Em seguida, o partido criticou o seu ponto de vista e, desde então, continuou a aumentar a sua adesão.

A questão agora é dar uma boa educação aos nossos 1 milhão de membros do Partido. Entre os nossos membros, por vezes, podem ser encontrados aqueles que ainda ficam atrás das massas sem partido. Mas, mesmo assim, essas pessoas não devem ser expulsas do Partido. Eles devem ser mantidos no Partido e educados; se eles forem expulsos, a força do nosso Partido pode ser enfraquecida. Isto é evidente, já que aqui nosso partido não é o único.

É nossa linha organizacional invariável treinar constantemente os núcleos das células enquanto construção de um partido de massas. Pelos núcleos queremos dizer aqueles membros do partido que estão conscientes da verdade comunista e que são capazes de manter o caminho da revolução sem vacilar. É difícil armar um milhão de membros do partido da noite pro dia com o mesmo grau de consciência comunista. Devemos seguir a linha de treinar os núcleos primeiro e depois aumentar gradualmente o nível de consciência de todos os membros do partido.

Nossa orientação é educar os membros do Partido com a ajuda de membros do núcleo. Assim, desde a Quarta Plenária, o Partido colocou especial ênfase na questão da formação dos membros do núcleo das células. Vai ser ainda mais gratificante se o seu número aumentar hoje cinco, dez amanhã e, assim, todos os membros do Partido se tornarem elemento central, e mesmo que não todos, mas apenas se 50% dos membros do partido fizessem isso, seria uma coisa boa.

No desenvolvimento do nosso partido em um partido político de massas, a fusão do Partido Comunista e do Partido Democrático foi de grande importância. Como resultado de nossa linha organizacional correta, e enérgica luta para conquistar as grandes massas trabalhadoras, o nosso Partido tem se transformado em um partido político de massas abraçando um milhão de membros. Este sucesso de nenhuma maneira foi facilmente obtido, mas foi alcançado através de lutas extremamente duras.

Exigimos e lutamos pelos direitos e liberdades democráticas na Coreia do Sul, a liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e de associação, que são pré-requisitos para a reunificação pacífica do país. Temos o objetivo de garantir condições para as nossas próprias atividades livres na metade sul, permitindo que os partidos políticos da Coreia do Sul realizem atividades políticas livremente na metade norte.

Quando for realizada uma situação que permita o livre desenvolvimento da luta politica no norte e no sul, quem reunir mais as massas vencerá. Por isso, é da maior importância fortalecer nosso Partido e o espírito dos seus membros.

Devemos fazer com que todos os militantes sigam estudando profundamente os documentos da Quarta e Quinta Plenária do Comitê Central do Partido para afiar sua consciência partidária.

Nossos camaradas devem direcionar mais esforços para o trabalho de organização e propaganda do Partido, em vez de se focar apenas em campanhas econômicas. Células do partido devem ser bem construídas e membros do Partido educados através dos núcleos das células. É particularmente necessário temperar o espírito partidário daqueles membros que detêm os principais cargos — ministros, vice-ministros e diretores de departamento. Devem ser tomadas medidas educacionais vigorosas para fortalecer o espírito partidário de todos os membros.

A composição de nosso Partido é muito complexa. Todos os tipos de pessoas juntaram-se ao nosso Partido - aqueles que já pertenceram ao grupo Hwayo e o grupo M-L, aqueles que foram filiados ao Partido dos Trabalhadores após a libertação, e outros. Muitos estavam sob a influência dos elementos fracionários no passado. Essas pessoas podem ser encontradas tanto entre os quadros responsáveis dos órgãos centrais como também entre os membros do Comitê Central do Partido.

Nem todas as pessoas são inúteis. Educação as tornam todas úteis. Mas essa educação não deve ser realizada através de uma campanha de curto prazo. Educação e críticas persistentes e longas são necessárias.

Devemos manter decididamente a luta para incutir firmemente em cada membro a ideologia de nosso partido e eliminar todos os restos de ideologia burguesa, que ainda existem na mente de militantes e trabalhadores. O fortalecimento do espírito partidário dos militantes deve ser temperado cuidadosamente, até que suas deficiências e doenças ideológicas estejam completamente sanadas.

Tardamos muito para criticar Pak Chang Ok e Ki Sok Bok. Se eles tivessem sido criticados na Quinta Plenária do Comitê Central do Partido, as coisas não teriam ido tão longe. Por isso, é importante remodelar as ideias desses quadros dirigentes que foram influenciados por Ho Ka I ou Pak Il U e ajudá-los a estabelecer um sistema ideológico do Partido. Esse trabalho deve ser realizado pelo Departamento de Liderança Organizacional e pelo Departamento de Propaganda e Agitação do Partido.

O que importa na educação dos membros do Partido é fazê-los, especialmente os quadros, estabelecer um ponto de vista de massa. Porque esta é inexistente, a burocracia continua a manifestar-se. Esta é uma grave lacuna no nosso trabalho do partido.

A fim de alcançar nossos elevados objetivos de reunificar a pátria e construir o socialismo e o comunismo, temos que ganhar as massas. Devemos compreender claramente o enorme dano que a burocracia pode causar à revolução.

Ouvir a voz das massas e defender os seus interesses é um assunto completamente diferente de basear seu trabalho em opiniões atuais enganosas nas ruas. Este último tem nada em comum com o ponto de vista revolucionário de massas. Pelas massas queremos dizer os setores básicos em quem confiamos, os trabalhadores e camponeses, e os nossos aliados que apoiam e seguem-nos. Devemos ouvi-los e defender seus interesses. Todo mundo, seja um trabalhador do partido, funcionário administrativo ou um funcionário de uma organização social, deve trabalhar de forma consistente nos interesses da revolução e das massas.

Como os Guerrilheiros Antijaponeses puderam resistir por tanto tempo? Por que os japoneses não conseguiram destruir-nos, embora eles tivessem uma força armada formidável? Porque a guerrilha tinha o ponto de vista de massa correta e contava com o apoio das massas. Quando estávamos feridos e entrávamos numa aldeia, os camponeses cuidavam de nós como se fôssemos seus próprios filhos; eles se preocupavam em conseguir arroz, que eles mal podiam dispor para si mesmos, e preparavam para nós. Mesmo os camponeses que viviam dentro das aldeias concentradas e e cercadas de muros de barros criados pelos japoneses, conseguiam enviar comida para nós fora dos muros.

As massas nos apoiavam e nos protegiam desta maneira, porque sempre defendemos os seus interesses e lutamos por eles pondo em risco nossas próprias vidas. Todos os membros do Partido têm que aprender com a atitude dos guerrilheiros para com as massas.

Na época do "governo" do Japão imperialista, tudo foi imposto a nós por força: serviço militar compulsório, planos de trabalho forçado, entrega obrigatória da produção das fazendas, etc. Nós somos decisivamente contra essas práticas.

Um partido "divorciado" das massas é que nem um peixe fora d'água. Com quem o partido pode contar se não com as massas? Esse partido não seria apenas incapaz de vencer a revolução, como também encontraria sua própria existência ameaçada.

O Partido elabora seu programa e assume o poder com o objetivo exclusivo de garantir os interesses das massas. Portanto, não seria contra os objetivos do partido e da revolução prejudicar os interesses das massas?

Nossas leis e decisões são indisputavelmente excelentes. Mas tudo isso não serviria de nada se, em vez de pôr elas em prática, nossos funcionários contrariassem os interesses das massas. Vocês devem ter isso em mente e fortalecer ainda mais o trabalho educacional entre os membros do partido, então eles poderão liquidar a burocracia e adotar o ponto de vista correto das massas. Se pelo menos 50% de todo o partido adotar a visão correta das massas, isso significará que teremos uma grande mudança para o nosso partido.

No momento, muitos membros do partido não estão bem equipados com o ponto de vista correto das massas. A situação é especialmente pior entre os quadros. Se um membro do partido tem um correto ponto de vista de massa, ou não, também depende de seu espírito do partido. Então, preparar o espírito partidário tem decisiva importância.

Mais além, é importante cultivar a fé e o otimismo, em relação à perspectiva da revolução de alguns membros do partido. Sem a fé firme na vitória final da nossa causa e sem otimismo em relação ao futuro da revolução, debaixo de qualquer e de toda circunstância, seria impossível superar as dificuldades, inevitavelmente encontradas no curso da luta revolucionária.

A fim de tornar nossos membros do partido indomáveis lutadores, que sempre estão otimistas sobre o futuro da revolução, é necessário intensificar os seus estudos marxistas-leninistas. Sem o claro entendimento das leis de desenvolvimento social e de um triunfo inevitável do socialismo e do comunismo, um membro nunca pode ter fé na vitória e nem ter o alto nível de espírito e combatividade de resistir à qualquer dificuldade.

Deixe-me pegar um exemplo de vacilação e de deserção nas fileiras revolucionárias, provocados por uma falta de conhecimento das leis de desenvolvimento social e do claro entendimento de situações de desenvolvimentos em uma situação complexa.

Quando a derrota do imperialismo japonês estava chegando, alguns guerrilheiros perderam a fé e desertaram. Isto foi em parte culpa de certos defeitos formais no nosso trabalho de propaganda nesse momento. Naqueles dias, a propaganda sobre a União Soviética foi de importância especial, e é assim que propagandeavamos:

“Um grande confronto certamente ocorrerá algum dia entre a União Soviética e os Estados imperialistas, porque existem contradições fundamentais entre eles. Então, o imperialismo japonês vai perecer e nosso país será capaz de alcançar a independência”.

Isso foi errado. Ainda que estávamos certos , em nossa propaganda , sobre as contradições entre o Estado socialista e os países imperialistas, não conseguimos propagandear a verdade sobre os desenvolvimentos. Como resultado, quando em 1941 foi celebrado um tratado de neutralidade entre a União Soviética e Japão e um pacto de não-agressão foi assinado entre a União Soviética e Alemanha de Hitler, alguns elementos nas fileiras dos guerrilheiros perderam a esperança para o futuro e vacilaram. Esses indecisos que abandonaram nossas fileiras, disseram que haviam passado 10 anos com os guerrilheiros, mas o futuro parecia muito incerto e que não estavam seguros de passar assim mais 10 ou 20 anos. Por isso, explicamos plenamente a situação revolucionária e a verdade da revolução aos guerrilheiros. Depois disso, não houve mais desertores.

Não há dúvida de que, mais cedo ou mais tarde veremos um grande evento revolucionário. Nesse caso, como eu já disse, tanto pode ocorrer pacificamente ou não-pacificamente. Independentemente da forma que o evento tomar, devemos estar sempre preparados para atendê-lo.

Para atender a este grande evento revolucionário, o espírito partidário dos membros do partido deve ser endurecido; eles devem ser educados para ter um ponto de vista correto das massas e ter fé e otimismo na vitória em relação ao futuro da revolução.

Outra coisa importante é lutar adequadamente contra todos os tipos de tendências antipartido. Se antes não tivéssemos tido a experiência de lutar contra o Minsaengdan em Jiandao, não teríamos sido capazes de dar a liderança adequada à luta contra os contrarrevolucionários na Coreia, especialmente durante a guerra.

Os japoneses organizaram uma organização de espionagem contrarrevolucionária chamada Mingsaengdan e a introduziram nos distritos revolucionários de Jiandao. Em seguida, eles recorreram ao truque vil de alienar os coreanos e chineses e incitar a luta entre os coreanos. Como resultado das intrigas do inimigo, por um tempo se mataram uns aos outros dentro das fileiras revolucionárias, muitos perderam suas vidas inocentemente.

Esta experiência provou ser muito útil quando lidamos com o caso da camarilha de Pak Hon Yong. Seguimos estritamente o princípio de estabelecer uma distinção nítida entre espiões e não-espiões. Ressaltamos isso muitas vezes no Comitê Político. Havia o perigo de que, eventualmente, poderíamos cair nas mãos dos Yankees e arruinar muitas pessoas. Claro, deve haver uma luta implacável. Caso contrário, alguns espiões podem escapar da punição. Mas a luta deve ser sempre exercida como uma luta ideológica.

Aqueles que foram influenciados por Pak Hon Yong não são todos da sua laia ou espiões. Mas a sua influência ideológica permanece nas mentes dessas pessoas. Temos de lutar contra isso.

A experiência adquirida no curso da luta contra a camarilha de Pak Hon Yong e nas campanhas de contraespionagem deve se difundir profundamente para os membros do partido para que eles possam travar uma luta rigorosa contra agentes de espionagem e distinguir corretamente os espiões dos outros. Se você não fizer isso e suspeitar de todos, no final, você vai suspeitar de sua própria sombra.

O inimigo sempre conspira para fazer com que as pessoas desconfiem uns dos outros e colocar em conflito uns com os outros, a fim de desintegrar nossas fileiras por dentro. Vocês precisam aprender a discernir com clareza e combater tais calúnias por parte dos contrarrevolucionários. Os membros do partido devem ser educados de tal maneira que eles possam distinguir espiões, vacilantes, nepotistas, regionalistas e fracionistas.

Essa luta pode ser conduzida corretamente somente quando os quadros e todos os membros do partido estiverem em um nível elevado. Sem atingir um elevado nível de conhecimento marxista-leninista, os membros do Partido não podem realizar adequadamente dever tão difícil. A fim de lhes permitir lutar habilmente contra a contrarrevolução, é necessário intensificar a sua formação marxista-leninista e, ao mesmo tempo, familiarizá-los extensivamente com a experiência da luta contra a contrarrevolução.

Além disso, o trabalho de propaganda e agitação devem ser intensificados entre as grandes massas. A Educação das massas populares, na ideologia socialista deve ser o principal conteúdo do trabalho de propaganda e agitação. O que é mais importante, neste contexto, é dar aos trabalhadores e camponeses, especialmente aos trabalhadores, uma compreensão clara de que eles são donos do poder. Quando eles têm essa consciência intensa, os trabalhadores vão fazer tudo como dignos donos; cuidarão bem de seus locais de trabalho, máquinas e equipamentos, trabalharão duro, manterão uma boa disciplina e combaterão eficazmente os contrarrevolucionários.

O mesmo acontece com os camponeses. Se eles percebem que os trabalhadores não são apenas seus aliados, mas também os seus líderes, e que eles também são donos do poder, os camponeses vão trabalhar bem em suas terras, cuidar bem de seus instrumentos e de bom grado pagar o imposto em espécie.

Todo mundo vai mostrar entusiasmo quando perceber que é o dono. Quando estávamos envolvidos em atividades revolucionárias no passado, quem de nós realizou isso por dinheiro? Lutamos sem dormir, esquecemos a fome, porque tínhamos percebido que faríamos uma revolução que não só poderia melhorar a nossa própria sorte, mas também salvar nosso país. Os trabalhadores da mesma forma vão jogar toda a sua energia e zelo em seu trabalho quando eles tomarem clara consciência de que seu trabalho é para sua própria felicidade e para a prosperidade da sociedade.

É necessária uma larga e persistente educação com objetivo de fazer que todos os trabalhadores adquiram tal consciência. Devemos educar as massas pacientemente e agrupá-las mais estreitamente em torno de nosso partido.

Para concluir, eu gostaria de fazer algumas observações sobre o nosso jornal. Nossos papéis ainda não conseguem exercer as suas funções plenamente.

A tarefa principal do Rondong Sinmun, nosso órgão do partido, é educar os membros mediante diária explicação da orientação e da política do partido e os deveres combativos dos militantes; A tarefa principal de Minju Joson é de mobilizar as massas para implementar as políticas do Estado explicando-lhes e dando-lhes um completo entendimento das leis e das regulações do poder popular e das políticas do Estado. Os órgãos da Federação Geral de Sindicatos, a Liga da Juventude Democrática, e outras organizações deveriam, da mesma forma, ser editados de acordo com as suas respectivas características e tarefas.

Nossos jornais não têm características especiais que os distingam um do outro. Isso é um grande erro. Se isso é porque todos eles publicam materiais da Agência Central de Notícias Coreanas ou porque algums deles têm espaço limitado, eu não sei.

Aqui também se vê muito formalismo e dogmatismo. Creio que seja necessário que se examine seriamente esse assunto.

Eu tenho, até agora, tocado em alguns problemas decorrentes do trabalho ideológico do nosso partido. Eu espero que vocês venham a tomar conta deles, eliminando as deficiências até agora reveladas, e que lutem para elevar, a um nível superior, o trabalho ideológico do nosso Partido.


Inclusão 17/07/2016