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Fonte: Auguste Blanqui, textes choisi, Ed. V.P. Volguine, Editions Social, Paris 1971, disponível em https://www.marxists.org/reference/archive/blanqui/1830/appeal-students.htm
Tradução: Pedro Henrique Corrêa
HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: licenciado sob uma Licença Creative Commons.
Aos estudantes de Direito e Medicina,
Benjamin Constante morreu. A França lamenta por um dos mais firmes defensores da liberdade, um grande cidadão e um grande homem. Para nós, ele é um amigo que vale nossas lágrimas. Vocês conhecem os acentos que sua voz acharam para rejeitar as calúnias e insultos derramados sobre nós pelo poder opressivo. Vocês sabem quais palavras ardentes ele fez-se ouvir em 1820, 1821, 1822 e 1827, quando, não contente com nos sacrificar com sua espada mercenária, O Poderoso(1) nos insultou da tribuna e em seus jornais. Benjamin Constant fez disso um ponto de orgulho para ser o amigo do povo jovem. Desde seu último momento, ele levantou sua voz para nos defender, porque a juventude da França, tanto quanto a liberdade, precisou ser defendida, mesmo depois da batalha dos Dias de Julho(2). Cinco anos antes de sua morte, os corredores da assembleia ainda ressoam sua tonalidade patriótica; ele morreu em batalha como um combatente pelos princípios e objetivos de nossa revolução. Um povo inteiro vai acompanhar os restos mortais do defensor de nossos direitos para seu lugar de descanso final. The Colleges deve para seus amigos um luto particular, uma solene homenagem de reconhecimento. Eu convido todos os meus camaradas para um encontro na Praça do Pantheon, Domingo, precisamente às nove horas da manhã. Aqueles de vocês que têm armas, devem vir armados para em sequência prestar honras fúnebres a Benjamin Constant.
Luis Auguste Blanqui,
Estudante de Direito.
P.S – General Lafayette deu sua aprovação para esse encontro; um de seus oficiais pessoais irá junto de nós amanhã.
Notas de rodapé:
(1) Na França, após o fim da Era Napolêonica, tutelada pelo rei Luís XVIII (1814-1924), a dinastia Bourbum retornou, mostrando a supremacia dos regimes absolutistas. A nova Constituição determinou que o Rei seria o representante máximo do Poder Executivo. O Poder Legislativo funcionaria com duas câmaras, onde uma delas, a Câmara dos Pares, funcionaria com membros escolhidos pelo rei, e a Câmara dos Deputados teria seus participantes eleitos por voto censitário. Assim sendo, os anseios da Revolução Francesa seriam então suplantados por um governo que mesclava elementos liberais e monárquicos. Politicamente, a França estava dividida em ultras (defensores do absolutismo), bonapartistas (partidários do retorno de Napoleão Bonaparte) e radicais (fiéis aos princípios de 1789). [Nota do tradutor] (retornar ao texto)
(2) Conhecidos como os Três Dias Gloriosos, os dias 27, 28 e 29 de Julho de 1830 ficou marcado na história dos levantes de París. Sociedades secretas republicanas e populares em geral, liderados pela burguesia liberal, levantaram barricadas e combateram contra o rei Carlos X. Uma guerra civil generalizou-se. A própria Guarda Nacional acabou apoiando a revolta. Após as lutas nas ruas parisienses, o último Bourboun foi para exílio no início de Agosto. O livro Os Miseráveis, de Victor Hugo, ilustra em forma de romance a história dessa batalha. [Nota do tradutor] (retornar ao texto)
Inclusão | 12/11/2015 |