Corrente pequeno-burguesa do movimento revolucionário russo, surgida nos anos 60-70 do século XIX. Os populistas defendiam a abolição do absolutismo tsarista e a transferência das terras dos latifúndios para o campesinato. Os populistas consideravam-se socialistas, mas o seu socialismo era utópico. Os populistas negavam que o desenvolvimento das relações capitalistas na Rússia fosse um processo regido por leis e consideravam os camponeses, e não o proletariado, a principal força revolucionária; viam na comunidade rural o germe do socialismo. Os populistas negavam o papel das massas populares no desenvolvimento histórico e afirmavam que só as grandes personalidades, só os «heróis», fazem a história da humanidade e não a multidão inerte, como chamavam às massas populares. Os populistas esforçavam-se por erguer os camponeses para a luta contra a autocracia, e, para alcançar os seus propósitos, abandonavam as cidades e iam para o campo, «ao povo» (daí a origem da palavra com que se designou esse movimento), mas não encontraram apoio. No seu desenvolvimento, o populismo passou por várias fases, desde um democratismo revolucionário até ao liberalismo. Nos anos 80-90, os populistas adoptaram uma política de conciliação com o tsarismo, defendendo os interesses dos kulaques e lutando contra o marxismo. |