(1853-1932): Eminente físico e químico alemão, reputado filosofo e popularizador das ciências naturais. Professor de química física em Leipzig, desde 1906. Durante muito tempo, foi o chefe e o presidente da Liga dos Monistas Alemães. Fundador e editor da celebre coleção Klassiker der exakten Wissenschaften, (Os clássicos das ciências exatas), das monografias e biografias Grosse Mannes, (Grandes homens), dos Annalen der Naturphilosophie, (Anais da filosofia natural), periódico que deixou de circular após a guerra; fundador e redator da Zeitschrift für physikalische Chemie, (Revista de química física): Seu mérito principal é o de ter fundado, com o holandês Van’t Hoff e o sueco Svante Arrhenius, uma nova disciplina das ciências naturais: a química física. As mais importantes descobertas de Ostwald se relacionam com a teoria da afinidade química, a eletroquímica, a teoria das soluções e a catalise. Posteriormente, consagrou-se ao aperfeiçoamento da teoria das cores. Em filosofia, esforça-se por edificar o seu próprio sistema: a “energética” Para ele, a ciência suprema é uma “teoria da ordem” abstrata que domina a lógica e a matemática. Ostwald classifica as outras ciências na base da hierarquia de Comte um pouco modificada. Nos fundamentos de sua filosofia natural encontra-se a tese de que a noção de energia e a representação numérica de todos os fenômenos bastam inteiramente para dominar a totalidade dos conhecimentos humanos. Pretende ter suprimido completamente a matéria e exige que se aplique tão só o conceito de energia a todos os fenômenos, inclusive os psíquicos e sociais. Com esse fim, proclama a existência de uma energia “social”, “física” e “cultural” Induzido por Mach, que quer que se substitua a explicação da natureza por sua “descrição econômica”, Ostwald faz da renuncia à formulação de qualquer hipótese o ideal da ciência. Combateu vigorosamente a teoria dos átomos, mas, menos obstinado do que Mach, que ele admira, declarou finalmente que, diante das modernas conquistas da atomística, depunha as armas. Propagou, em inúmeras obras, a sua “energética”, mas sem encontrar o menor eco nos meios científicos sérios. À sociedade e à cultura, à moral e ao direito, à arte e à política, — em suma, a todas as coisas —, confere uma base “energética”. Mesmo a “religião monista” deve ter o seu Deus na energia, à qual Ostwald, durante anos, prestou regularmente, sem faltar uma só vez, as honras de seus “sermões monistas dominicais". Chegou até a transformar, desse modo, o imperativo categórico de Kant num “imperativo energético”. Não desperdice nenhuma energia (!), tal foi a ultima demão em seu novo “sistema” (!): Resta apenas observar que Ostwald, ao mesmo tempo que eleva o conceito de energia à categoria de uma coisa em si, louva o pragmatismo de James, para o qual, entretanto, a “energia", como todas as coisas do universo, nada tem de absoluto, mas constitui unicamente um meio de enobrecer o desfrute “pratico" e “comodo" do dólar. As contradições e as inconsequências incontáveis do pensamento de Ostwald compõem, entretanto, as mais brilhantes particularidades de sua “energética”, a um só tempo idealista e materialista Obras principais: a) nas ciências naturais: Eleutrochemie, (A eletroquímica), 1895; Prinzipien der Chemie, (Princípios de química), 1907; Der Werdegang einer Wissenschaft, (O vir-a-ser de uma ciência), 1907; Enrwicklungsgeschichte der Elektrochemie, (História da evolução da eletroquímica), 1910; Grundriss der allgemeinen Chemie, (Esboço da química geral), 1923, e Farbkunde, (A ciência da cor), 1923; b) sobre a teoria energética: V ortràge und Abhandlungen, (Lições e dissertações), 1904; Vorlesungen über Naturphilosophie, (Lições de filosofia natural), 1902; Energetische Grundlagen der Kulturwissenschaft, (As bases energéticas da ciência da cultura), 1908; Die Forderung des Tages, (As exigencias do dia), 1911; Die Energie, (A energia), 1912; Philosophie der Werie, (Filosofia dos valores), 1913, e Moderne Naturphilosophie, (A moderna filosofia da natureza), 1914; c) de caráter biográfico: Grosse Männer, (Grandes homens), 1909.
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