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  Marxismo-Leninismo

— Explicando o que é o marxismo-leninismo, Iudin e Rosental escreveram: — “É a teoria do movimento de libertação do proletariado: teoria e tática da ditadura do proletariado: teoria da construção da sociedade comunista". “A historia da filosofia e a historia da ciência social ensinam, com toda a clareza, que não existe, no marxismo, nada que se assemelhe ao sectarismo, no sentido de ser uma doutrina rígida, petrificada, nascida à margem da linha geral da evolução da civilização mundial. Pelo contrario, a genialidade de Marx consiste, exatamente, em ter ele dado respostas a perguntas que já haviam sido formuladas pelo pensamento avançado da humanidade. Sua doutrina surgiu como um prolongamento direto e imediato das doutrinas dos maiores representantes da filosofia, da economia politica e do socialismo". (Lenine).

A filosofia do marxismo (materialismo dialético c materialismo histórico) constitui o fundamento teórico do comunismo, a base teórica do Partido Marxista. Defendendo com a maior energia o materialismo filosófico contra todas as tentativas de desvirtuamento, lutando contra as diversas formas do idealismo filosófico, Marx e Engels não se detiveram no materialismo do seculo XVIII; avançaram mais ainda, impulsionando a filosofia e enriquecendo-a com as aquisições dos clássicos alemães, particularmente do sistema de Hegel que, por sua vez, deu origem ao materialismo de Feuerbach. A mais importante dessas aquisições é a dialética. A alma do marxismo é a dialética materialista, “doutrina da evolução na sua forma mais completa, profunda e isenta de unilateralidade; doutrina sobre a relatividade do conhecimento humano e que nos mostra a matéria em sua eterna evolução”. (Lenine).

— “Aprofundando e desenvolvendo o materialismo filosófico, Marx foi ate as ultimas consequências, aplicando seu conhecimento da natureza ao conhecimento da sociedade humana. O materialismo histórico de Marx veio a ser, dessa forma, uma grande conquista do pensamento cientifico. O caos e a arbitrariedade, que até então imperavam nos conceitos sobre historia e política, foram substituídos por uma teoria assombrosamente solida, harmônica e cientifica; por de sc demonstra como um sistema de vida social, em consequência do aumento das forças produtivas, dá origem a um outro, mais elevado: da servidão da gleba, por exemplo, surge o capitalismo”. (Lenine).

— Em contraposição às teorias idealistas, que reconhecem como base da evolução da sociedade as ideias e a razão. Marx demonstrou que o regime econômico, as condições materiais da produção (e não as ideias) constituem a base sobre a qual se elevam a superestrutura politica e as outras; e que a Jorça motriz da evolução das sociedades, divididas em classes antagônicas, é a luta de classes. O trabalho principal de Marx, O Capital, consagrou-se ao estudo do regime econômico da sociedade capitalista: por trás das relações entre as coisas (troca de mercadorias), Marx descobriu e apontou as verdadeiras relações entre os homens.

“A doutrina da mais-valia é a pedra angular da teoria econômica de Marx” (Lenine). Investigando as leis de desenvolvimento do modo capitalista de produção, Marx fundamentou a inevitabilidade da sua destruição e a vitoria do comunismo.

O capitalismo, que passou a substituir o regime feudal, foi um regime mais progressista. Aconteceu, porém, que uma forma de exploração e opressão dos trabalhadores foi substituída por outra. Como consequência da opressão capitalista e como protesto contra a mesma, começaram a aparecer diversas doutrinas socialistas. O socialismo primitivo, entretanto, foi utópico: criticava e condenava a ordem capitalista; sonhava com um regime melhor, em que não houvesse exploração; mas não sabia indicar a verdadeira solução. Marx e Engels foram os primeiros que transformaram o socialismo de um sonho que era, numa ciência. Explicaram o papel histórico da classe trabalhadora, apontando-a como coveira do capitalismo e criadora da sociedade socialista.

O principal, no marxismo, é a doutrina sobre a ditadura do proletariado. Marx escrevia que “entre a sociedade capitalista e a comunista existe um período de transição revolucionaria da primeira à segunda" e que o Estado, nesse período, não pode ser outro senão o da ditadura revolucionária do proletariado. O marxismo armou a classe operaria, em sua luta contra a burguesia, de uma teoria revolucionaria; deu ao movimento operário que, até então, se desenvolvia espontaneamente, uma direção socialista. E, ante as primeiras manifestações da influencia das ideias marxistas sobre as massas, “todas as forças da velha Europa se uniram para a santa cruzada contra o marxismo A burguesia lutou e luta contra o marxismo e não somente pela força. “A dialética da historia é de tal natureza que o triunfo histórico do marxismo obriga seus inimigos a se disfarçarem sob a capa de marxistas. O liberalismo, interiormente apodrecido. faz tentativas para reviver sob o aspecto de um socialismo oportunista”(Lenine).

— "O oportunismo nem sempre significa uma negação direta da teoria marxista ou de suas diversas afirmações e conclusões. O oportunismo, por vezes, apresenta-se aferrado a certas afirmações do marxismo, já envelhecidas, transformando-as em dogmas com o objetivo de deter, por esse meio, a evolução ulterior do marxismo e, por conseguinte, também o desenvolvimento do movimento revolucionário do proletariado" (“Curso de História").

O marxismo é uma ciência criadora. Os fundadores do marxismo sempre consideraram sua teoria como revolucionaria, como um movimento no sentido da realidade. Depois da morte de Engels, o grande teórico Lenine e, depois da morte de Lenine, Stalin e outros discípulos de Lenine foram os únicos marxistas que não somente desmascararam, implacavelmente, os oportunistas de toda a especie, defendendo o marxismo contra o seu desvirtua- mento, mas também levaram adiante a teoria marxista, enriquecendo-a com experiencias novas, sob as novas condições da luta de classes. Demonstraram praticamente a onipotência do marxismo criador. O marxismo-leninismo é uma concepção do mundo unitário, indivisível, solido e cientifico. Marx e Engels trabalharam e lutaram no período de pujança do capitalismo industrial, que se desenvolvia em linha ascendente; no período em que o proletariado se preparava para a revolução. Lenine e Stalin, discípulos geniais de Marx e Engels, atuaram no período do capitalismo em decomposição, no período das revoluções proletárias, no período em que a revolução proletária já triunfou num país e abriu a época da democracia proletária, a era dos Soviets, a era da construção socialista. “Eis porque o leninismo vem a ser o desenvolvimento ulterior do marxismo" (Stalin). O leninismo é o marxismo da época do imperialismo e das revoluções proletárias...” Lenine não acrescentou ao marxismo nenhum principio novo, e muito menos modificou qualquer de seus velhos princípios” (Stalin). Apoiando-se inteira e completamente nos princípios do marxismo, Lenine o desenvolveu, aplicando-o a novas condições, à nova fase do capitalismo.

Stalin, em sua entrevista com a Primeira Delegação Operaria Americana, mostrou o que de novo havia sido incorporado por Lenine ao tesouro marxista. Em primeiro lugar, Lenine estudou o imperialismo como uma nova fase do capitalismo. ‘‘O mérito de Lenine, o novo em Lenine, consiste em que, apoiando-se nas afirmações fundamentais de O Capital, fez uma perfeita analise marxista do imperialismo como ultima fase do capitalismo, pondo a nu suas mazelas e as condições de sua inevitável destruição. Apoiando-se nessa analise, Lenine fez a sua conhecida afirmação de que sob as condições do imperialismo é possível a vitoria do socialismo em determinados países capitalistas tomados separadamente" (Stalin).

Mais adiante, Lenine desenvolveu a ideia marxista sobre a ditadura do proletariado, mostrando que o Poder Soviético era a forma estatal da ditadura do proletariado; Lenine definiu-a como uma forma particular da aliança classista do proletariado com as massas exploradas não proletárias (campesinato e outras); demonstrou que a ditadura proletária é o tipo superior de democracia numa sociedade de classes. O ponto essencial do leninismo é a ditadura do proletariado, o que faz com que o mesmo se torne “uma doutrina internacional” para os proletários de todos os países, servindo a todos, sem exceção e, entre eles, os da forma capitalista desenvolvida" (Stalin).

Lenine, sob novas condições, no período de transição do capitalismo para o socialismo, num país cercado de outros capitalistas, delineou de nova maneira a questão sobre as formas e modos de construir o socialismo. Fundamentou a possibilidade de construir a sociedade socialista num país de ditadura proletária, rodeada de Estados capitalistas, desde que não fosse esmagado por uma intervenção militar. Mais adiante, Lenine desenvolveu a ideia marxista da hegemonia do proletariado; expandiu essa ideia “num harmônico sistema em que o proletariado assume a direção das massas trabalhadoras da cidade e do campo, não só tendo em vista a destruição do tsarismo e do capitalismo, como também a construção socialista sob as condições da ditadura do proletariado". (Stalin).

Apoiando-se nas ideias marxistas sobre o problema nacional e colonial Lenine desenvolveu-as, aplicando-as às novas condições; unificou e construiu um harmônico sistema de conceitos sobre as revoluções nacionais e coloniais na época do imperialismo. Demonstrou que a solução do problema nacional e colonial está indissoluvelmente ligada à destruição do imperialismo e "declarou que o problema nacional e colonial é parte integrante do problema geral da revolução proletária internacional". (Stalin).

Lenine deu à classe operaria russa e à dos demais países uma doutrina harmônica sobre o partido e as bases políticas, táticas, programáticas e de organização do mesmo; um partido de novo tipo, que se diferencia de modo radical dos partidos da II Internacional, totalmente contagiados pelo oportunismo. A teoria de Marx—Engels—Lenine recebeu seu impulso ulterior com os trabalhos de Stalin. Este não só desmascarou implacavelmente os inimigos; não só defendeu contra eles a unidade monolítica e a pureza do partido, como também desenvolveu e deu impulso à doutrina de Lenine sobre o Partido.

Baseando-se na doutrina de Lenine, Stalin deu incremento à teoria da possibilidade da vitoria do socialismo em alguns países e, até mesmo, num só; demonstrou a impossibilidade do triunfo simultâneo do socialismo em todos os países, sob as condições do imperialismo; desenvolveu também as grandes ideias de Lenine sobre a industrialização do país e a coletivização da economia rural. Stalin reelaborou o problema relativo aos meios pelos quais devia ser levada a efeito a transformação socialista da aldeia e a liquidação dos kulaks como classe, à base da coletivização total. Reelaborou e desenvolveu a doutrina de MarxEngelsLenine sobre o Estado, sob o regime socialista, nas condições de cerco capitalista. Armou o Partido com o conhecimento das leis sobre a luta de classes, sob essas novas condições. Desenvolveu a doutrina de Marx—Engels—Lenine sobre o socialismo e o comunismo. Mostrou que o movimento stakanovista prepara as condições para a transição do socialismo ao comunismo. Sob a sua direção, as afirmações fundamentais do comunismo cientifico já estão praticamente realizadas na União Soviética e incorporadas à Constituição da URSS — o primeiro Estado socialista do mundo.

Ensina Stalin que o elo central da cadeia dos problemas históricos, no período socialista, é o problema do domínio da teoria marxista-leninista, pelos quadros da intelectualidade do Partido. Dominar o marxismo-leninismo significa aprender a distinguir sua letra de seu espirito, assenhorear-se de sua ciência, aprender a empregá-lo nas diferentes condições da luta de classes, saber enriquecê-lo, desenvolvê-lo e impulsioná-lo de acordo com o novo meio histórico e os novos problemas. Um instrumento poderoso para dominar o marxismo-leninismo é o Curso de Historia do Partido Comunista (b), publicado pelo Comitê Central do Partido, em Moscou, com a intervenção pessoal de Stalin.

  Fonte: Introdução ao Estudo do Marxismo
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