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Frunze, Mikhail Vasilyevich | ||||||||||||||||||||||||||
(1885-1925): Revolucionário russo, político e um dos mais bem sucedidos comandantes do Exército Vermelho, durante a Guerra Civil de 1917-1923. O seu pai era um romeno “russificado” e que viveu como camponês na região de Kherson (actual Ucrânia). Trabalhou no Turquestão como paramédico, onde conheceu a mãe de Mikhail, que nasceu a 2 de Fevereiro de 1885, em Bishkek (actual capital da Quirguízia). Infância financeira com muitas dificuldades, com a morte prematura do pai. Em 1904 gradua-se na escola secundária de Alma-Ata (capital do Cazaquistão), com medalha de ouro. Foi também, neste ambiente que começou a familiarizar-se com as ideias revolucionárias. Depois entrou para a Universidade Politécnica de Sampetersburgo. Activo membro da fracção bolchevique do Partido Operário Social-Democrata da Rússia (POSDR). Em Novembro de 1904 foi preso e expulso de Sampetersburgo, por ter participado numa manifestação política.(1) Durante as insurreições de Dezembro de 1905 (início da Revolução de 1905-1907), Frunze liderou grupos de tecelões armados na cidade de Ivanovo, na Rússia central e participou em lutas de rua em Moscovo, contra tropas governamentais. Sentenciado em 1909 e em 1910 à morte, mas graças à pressão da opinião pública, a pena foi comutada a 10 anos de campo de trabalho forçado, na primeira pena e na segunda condenado a exílio perpétuo na Sibéria. No exílio formou um clube militar para revolucionários exilados, a que chamou a “Academia da Guerra”. Foi também autodidata na educação e promoveu ideias revolucionárias na Sibéria. Em 1916, escapou e já na frente ocidental, prega a causa de revolução russa, aos soldados russos que combatiam na I Guerra Mundial. Eleito chefe da polícia popular de Minsk, após a queda do czar, na sequência da Revolução de Fevereiro e membro do Comité da frente ocidental. Nos eventos de Outubro de 1917, Frunze organiza uma força do Exército Vermelho de 2000 tropas que enfrentam bem os Guardas Brancos realistas, em Moscovo, mostrando-se um comandante capaz. Na Guerra Civil (1917-1923) torna-se chefe de recrutamento de tropas, primeiro na região de Ivanovo, depois no distrito militar de Yaroslav. Aí tomou parte na formação de destacamentos Vermelhos e liderou supressões a insurreições anti -soviéticas.(1) Em Janeiro de 1919 é nomeado comandante do IV Exército da Frente Leste e em Março – comandante do Grupo Sul da Frente Leste onde era a força principal de ataque da contra – ofensiva contra os Brancos, nesse ano. Por isso recebeu a Ordem da Bandeira Vermelha. Em Julho, toma conta da frente Leste, que libertou os Urais médios e do norte. Em Agosto estava no comando da frente do Turquestão e de todas as forças Vermelhas no Turquestão que foram separadas pelo Exército Branco. Em 1920, luta contra o exército do Emir de Bukhara (no actual Uzbequistão), depois derrotou Pyotr Wrangel, um dos líderes brancos da Crimeia. No Outono de 1920, quando o Exército Vermelho tomou a Crimeia, Frunze ordenou a que as tropas tivessem misericórdia sobre o inimigo capturado e telegrafou a Wrangel para um perdão total a todos os que se rendessem com as suas armas e a possibilidade de emigração para os que quisessem. Esta “atitude maleável” foi invocada com desagrado por Lénine, acerca de Frunze. Em conjunto com a destruição de bandos armados na Ucrânia, estas acções militares valeram-lhe a segunda Ordem da Bandeira Vermelha.(1) Em 1924 é nomeado deputado secretário do Conselho Militar Revolucionário (C.M.R) (“Revvoensovet”) da URSS (a autoridade suprema militar do país). Foi também deputado dos comissários do povo dos assuntos navais e militares. Em Abril do mesmo ano, torna-se chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho e da Academia Militar. Liderou a reforma militar na URSS em 1924-1925. A sua experiência de guerra possibilitou-lhe contribuir para o desenvolvimento ciência e arte militares soviéticas. Em meados dos anos 1920, as suas obras eram essenciais na formação de uma doutrina militar unitária.(1) Escreveu “A Reorganização do Exército Vermelho” e “A Doutrina Militar Unificada e o Exército Vermelho”, “Frente e Retaguarda nas Guerras Futuras” e “Lénine e o Exército Vermelho” sumarizam a experiência na I Guerra Mundial e na Guerra Civil. (1) Trotski, a conselho de Frunze, opta, para a construção do Exército Vermelho, em 1917, pelo recurso a antigos oficiais czaristas e a imposição de uma disciplina de ferro com o controle de comissários políticos.(2) Frunze defendia que a forma do aparelho militar soviético deveria surgir directamente do carácter classista e revolucionário do Estado soviético. Ele ajudou a lançar as bases de uma máquina militar soviética eficiente durante os períodos de paz, introduzindo o serviço militar obrigatório e a padronização de formações militares, exercícios e uniformes.(3) Em 1925, foi nomeado secretário-geral do CMR e comissário do povo para os assuntos militares e navais. Membro também do Comité Central Executivo de Toda a Rússia (VCIK), o principal corpo legislativo da república russa da URSS e candidato para membro do Politburo do CC do PC. Faleceu a 31 de Outubro de 1925, na sequência de uma cirurgia mal sucedida. Está enterrado na Praça Vermelha, em Moscovo. Deu o nome à capital da Quirguízia, até ao fim da URSS, a muitos navios civis e militares, a uma montanha no Pamir, a uma academia militar e a numerosas localidades e ruas da ex-URSS.(1) Frunze é mencionado e é personagem do romance sobre a Guerra Civil, “Tchapaev”, escrito (em 1923) por Fúrmanov (1891-1926) e tendo sido adjunto do soviete de deputados de Ivanovo, conhece Frunze e dele recebe formação militar que impressiona o escritor, de forma viva.(4) |
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Fontes: (1)Traduzido do inglês a partir de: http://russiapedia.rt.com/prominent-russians/politics-and-society/mikhail-frunze/ (2) Favrod, C.H et al., “Os Soviéticos”, EDMA, Publicações D.Quixote, 1978, p.90. (3) Traduzido do inglês a partir de: http://www.britannica.com/EBchecked/topic/221145/Mikhail-Vasilyevich-Frunze (4) Fúrmanov, Dimitri, “Tchapaev”, Literaturas Soviéticas, 1, Editora Limiar, trad. Egito Gonçalves, 1ª ed., 1975, p.9. |
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