No Japão, o fascismo nunca conseguiu ser um movimento de massas violento, capaz de promover transformações sociais. Os fascistas japoneses procuravam atrair os círculos dirigentes, a começar pelo imperador, queriam monopolizar o poder, apoiando-se na organização já existente. As várias fracções fascistas japonesas e alguns desses centros dirigentes tinham em comum a convicção na superioridade da civilização japonesa. Estavam convencidos de que a crise interna só poderia ser debelada com uma expansão externa; o Japão tinha o direito de se defender- por exemplo da hostilidade dos ocidentais que o privavam de matérias-primas- como também tinha o direito de defender as outras nações contra as potências que se apoderam de grandes territórios sem ter em consideração os direitos naturais dos povos (como defendia o fundador do fascismo japonês, Kita Ikki), numa adaptação japonesa à teoria nazi do “espaço vital”. A partir de 1940, com o declínio da governação Konoye e com a ascensão do general Tojo (1941), foi-se implantando uma ditadura que instituiu sindicato e partido único, a integração da economia no esforço de guerra, a supressão completa das liberdades. A “revolução fascista” no Japão não foi efectuada por um partido político novo, mas sim por um escol tradicional. |
Fonte: Michel, Henri, Os Fascismos, Col.Universidade Moderna, nº56, Publicações Dom Quixote, 1977, p.137-138. |